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Cineasta encontra público na mostra em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de "Ser e Ter", o público
paulistano terá a chance de ver
outros quatro documentários do
cineasta francês Nicholas Philibert, em mostra que o Cinesesc
abriga, a partir de sexta, com entrada franca em todas as sessões.
A reunião completa de sua obra
deveria incluir dois outros títulos
-"La Voix de Son Maître" (A
Voz de seu Professor), primeiro
de sua filmografia, de 1978, e "Qui
Sait?" (Quem Sabe?), de 1999.
O cineasta vem ao Brasil para a
mostra e participará de encontro
com o público, no domingo, após
a exibição de "Ser e Ter" (18h).
O primeiro título programado
pelo Cinesesc é "A Cidade Louvre" (1990), que registra o cotidiano de trabalho no museu parisiense. O espectador verá não
(apenas) o Louvre das obras expostas, mas sobretudo a rotina do
museu invisível ao visitante.
Patins
Da cozinha em que são preparadas as refeições para os funcionários aos testes para contratação de
pessoal, o filme acompanha o vaivém profissional dentro do museu, onde mensageiros percorrem
os enormes corredores de patins.
"Um Animal, os Animais" é o
segundo filme da mostra e conta a
história da reabertura da Galeria
de Zoologia do Museu Nacional
de História Natural. Philibert
acompanha discussões museográficas, segue os trabalhos de
preparação dos animais a serem
expostos e brinca com o inusitado
de seu tema ao registrar diálogos
como: "Eu preciso de um crânio".
Com apresentação também na
sexta-feira de abertura da mostra
"5 Filmes de Nicholas Philibert",
"O País dos Surdos" é talvez o trabalho do cineasta que mais exige
do espectador disposição para entregar-se ao ritmo do filme.
Philibert entrevista diversos
portadores de deficiência auditiva. Eles se expressam em linguagem de sinais e contam a relação
com o mundo dos sons e do silêncio, como o personagem que explica sua opção por não usar o
aparelho que lhe permite distinguir sons. "Eles [os sons] me atordoavam."
Método
"Ao Menos Isso", cartaz de sexta e sábado, é um título indispensável para quem quiser comparar
o método empregado pelo cineasta em "Ser e Ter" aplicado a uma
realidade totalmente diferente.
Nesse caso, Philibert acompanha o processo de montagem de
uma peça teatral na renomada clínica La Borde, dedicada ao atendimento de saúde mental.
O cineasta opta por não fazer
uma apresentação clara de quais
são os personagens em tratamento na clínica e quais são os profissionais que os atendem.
O tênue limite entre a normalidade e o distúrbio será tratado ora
poeticamente ora em forma de revelação. Pertence à última categoria o caso do professor de música
que, solicitado a tocar a Marselhesa, o hino nacional francês, mal
consegue lidar com seu desconforto. Lírica é a passagem em que
um dos "atores" da peça relata sua
montagem favorita na clínica -a
de um texto absurdo, em que nada tinha sentido e que, por isso
mesmo, o fazia sentir-se menos
diferente.
5 FILMES DE NICHOLAS PHILIBERT - Mostra da produção do documentarista
francês. Onde: Cinesesc (r. Augusta,
2.075, Consolação, SP, tel. 0/xx/11/3082-0213). Quando: de sexta (26/9) a
domingo (28/9). Quanto: grátis.
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