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Artista cria metáforas com ratoeiras
ANA MARIA GUARIGLIA
free-lance para a Folha
O espaço de arte da Funarte de
São Paulo está apresentando a exposição "Antropoanarquia", do
artista de multimeios Waldo Bravo, em que o objeto de discussão
estética é a ratoeira.
Com base nessa figura, Bravo
construiu metáforas visuais da
existência humana, utilizando como suporte imagens com intervenções digitais sobre poliéster,
além de fotografias e instalações.
"Só me interessa a experimentação e a pesquisa. É por meio delas
que exercitamos a liberdade. Não
tenho estilos e também não me interessa tê-los: os estilos limitam e
aprisionam."
O conjunto de trabalhos representa uma espécie de referência ao
ciclo da vida, provocando reflexões sobre a existência a partir do
confronto das imagens poéticas
com as da realidade.
Com o auxílio do público e a participação de alguns artistas plásticos convidados, será construído
um grande mural, com imagens de
ratoeiras, que serão interferidas e
montadas em uma grande parede.
Segundo Bravo, nesse momento
de participação, o espectador é
convidado a resgatar o encantamento da arte, passando a tomar
parte no processo de criação, rasgando, colando e pintando.
O objetivo dessa montagem é
acabar com o diálogo imediatista
da arte explícito e superficial.
"Faço uma ampla pesquisa estética no campo visual e não estou
interessado em mercantilismo. As
tendências só interessam ao mercado, do qual abro mão em prol da
autonomia criativa", disse.
Ao realizar essa mostra, a Funarte propõe fugir dos padrões formais de exibições, obedecendo ao
"Projeto de Ocupação".
A iniciativa visa apresentar exposições pouco convencionais, nas
quais os artistas convidados apresentam obras que envolvem a participação do público.
²
Exposição: Antropoanarquia
Quando: seg a sex, das 10h às 21h; sáb e
dom, das 17h às 21h; até 30 de setembro
Onde: espaço de arte da Funarte (al.
Nothmann, 1.058, tel. 3662-5177, centro)
Quanto: entrada franca
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