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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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"OS VIGARISTAS"

Com a história de redenção de um vigarista, Ridley Scott tenta "vender" imagem de Los Angeles

Táticas publicitárias fazem de filme um passatempo agradável

Divulgação
Nicolas Cage em cena de "Os Vigaristas", de Ridley Scott


PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

No jargão publicitário, "packshot" é a imagem do produto que precisa ser perfeita. Em "Os Vigaristas", Ridley Scott parece ter feito um cinema só de "packshots", em que o produto é Los Angeles e sua arquitetura.
Cada plano de "Os Vigaristas" é uma imagem impecável de um ambiente da cidade californiana. Seja uma rua ou o aeroporto, um escritório ou uma lavanderia, ou, principalmente, a casa do personagem principal, os cenários recebem tratamento de luz que supervaloriza um certo padrão da imagem "bela", de tom artificial.
Diante desse constante desfile de imagens que chamam atenção para si, passa quase imperceptível a história razoavelmente bem arquitetada da redenção de Roy (Nicolas Cage), um vigarista.
Não bastassem as complicações naturais de seu trabalho como estelionatário, Roy é obsessivo-compulsivo e agorafóbico. São suas mazelas que ajudam a conquistar a solidariedade do espectador.
O roteiro de "Os Vigaristas" é uma costura bem feita de temas do cinema americano, como o próprio personagem obsessivo-compulsivo, a arquitetura dos grandes golpes, os jogos de pura aparência e as relações entre mestre e aprendiz e pai e filha.
Todos são trabalhados na forma de um passatempo agradável, em que o final feliz é parte integrante da sensação de déjà vu que o filme desperta o tempo todo.


Os Vigaristas
Matchstick Men
  
Produção: EUA, 2003
Direção: Ridley Scott
Com: Nicolas Cage, Sam Rockwell
Quando: a partir de hoje nos cines Anália Franco, Interlagos e circuito



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