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ROCK 1
Strokes e Arcade arrebatam
DOS ENVIADOS AO RIO
Foi como um teatro do caos a
surpreendente apresentação
do Arcade Fire, sábado, no Rio.
Eles trocam de instrumentos toda
hora, correm pelo palco, se penduram na estrutura da tenda...
Tudo isso com a sintomática ajuda de uma sanfona e um violino.
O único disco chama-se "Funeral". Eles se vestem de preto, como se estivessem num... funeral,
mas o show foi como uma hipnótica, épica e explosiva celebração.
Eles são sete e tocaram "apenas"
dez músicas -"apenas" porque
foram 50 minutos vigorosos,
preenchidos por um rock que bebe muito no folk, no punk e na
new wave.
No meio do set, tocam "Brazil",
com uma pitada de bossa nova
que foi inspirada pelo filme homônimo de Terry Gilliam.
O público, que esgotou os 2.000
lugares do palco, cantou junto em
"Wake Up", bateu palmas em
"Neighborhood" e pulou incessantemente durante os quase dez
minutos de "Rebellion (Lies)".
Só não foi "o" show do festival
por culpa do "fator Strokes". A
idolatrada banda nova-iorquina
fez sua aguardada primeira apresentação no Brasil na sexta-feira,
fechando o palco principal (capacidade: 4.000 pessoas).
Como prometido por integrantes da banda em entrevistas, as
músicas dos dois primeiros discos
tiveram espaço generoso no set.
"Is This It", o aclamado álbum de
estréia, foi mostrado por inteiro.
Com as canções que têm, os
Strokes não precisariam nem fazer muito esforço para ganhar o
público, mas eles estavam visivelmente empolgados e emocionados por estar no Brasil -o baterista, Fabrizio Moretti, é carioca,
enquanto Julian Casablancas, o
vocalista, é filho de John Casablancas, americano praticamente
radicado no Brasil.
Eles apresentaram seis canções
novas, que estarão no próximo álbum, a ser lançado em janeiro.
Mas, inseguros ainda com a execução dessas músicas e temendo
pirataria, não permitiram que a
MTV, na transmissão do show,
mostrasse essas canções.
A exceção era "Juicebox", que
vazou para a internet há um mês.
"Meu Deus, tinha gente cantando
"You Only Live Once'", disse Julian Casablancas para Fabrizio
Moretti no hotel em que a banda
estava hospedada.
No show extra que fizeram no
Rio, anteontem, no Armazém do
Cais do Porto, eles mudaram
completamente a ordem das músicas. Casablancas não parava de
demonstrar seu amor. Fazia o desenho no ar de um coração. E arriscava palavras em português.
Em São Paulo
Ontem, no Anhembi, os canadenses do Arcade Fire foram os
primeiros a empolgar os paulistanos em show que durou cerca de
uma hora -antes deles, Mundo
Livre S/A e M.I.A. passaram pelo
palco. Diminuto nas duas primeiras apresentações, no show do Arcade Fire o público já era estimado entre 30 mil e 35 mil pessoas.
Até o fechamento desta edição,
os Strokes ainda não haviam tocado.
(THIAGO NEY, LÚCIO RIBEIRO E MÁRVIO DOS ANJOS)
Arcade Fire:
The Strokes:
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