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TIM FESTIVAL
No palco principal, De La Soul faz platéia gritar por "Saturday"; M.I.A., Dizzee Rascal e Cut Chemist completam a escalação
Tendências do hip hop marcam 2ª noite
ADRIANA FERREIRA SILVA
TEREZA NOVAES
ENVIADAS AO RIO
Se a estréia dos Strokes no país
garantiu ao rock o "hype" na primeira noite do Tim Festival, os
shows de De La Soul, M.I.A, Dizzee Rascal e Cut Chemist emplacaram o hip hop no segundo dia
do evento no Rio.
A programação de anteontem
foi um panorama das diversas
tendências desse estilo hoje e alinhavou as pontas das mais inventivas variações: começando pelo
rap "roots" dos veteranos do De
La Soul e passando por híbridos,
como o da anglo-cingalesa M.I.A,
que canta sobre um mix de ritmos
orientais, breakbeats e funk carioca, às batidas secas e rimas rascantes do rapper inglês Dizzee
Rascal e às sofisticadas colagens
sonoras do produtor norte-americano Cut Chemist.
Apesar da excelente escalação, a
ordem das atrações, com De La
Soul abrindo o palco principal, foi
um erro. O grupo fez a melhor
apresentação deixando para
M.I.A e Dizzee Rascal a dura tarefa de manter a platéia empolgada.
Era uma noite de sábado e o refrão de "Saturday", um dos hits
do De La Soul, que prega a diversão depois de cinco dias de trabalho, ganhou todas as vozes. Na seqüência, a banda emendou outro
megahit "Me Myself and I" e o público veio abaixo.
Com 16 anos de estrada e nove
álbuns, o trio nova-iorquino pediu licença para apresentar músicas do disco mais recente, "The
Grind Date". Mesmo diante de refrões menos conhecidos, o povo
não parou de dançar. Os três
"plugs", um dos vários apelidos
dos rapazes, seguraram o público,
pedindo mãos para cima e participação nos refrões.
Sotaque britânico
O contraponto aos americanos
foram as apresentações de M.I.A e
Dizzee Rascal, duas vertentes do
rap inglês. Com pouco rebolado,
mas cheia de atitude, M.I.A se garantiu graças, em parte, a duas
coadjuvantes: a MC inglesa
Cherry e a funkeira carioca Deize
Tigrona (leia texto nesta página).
O clima ganhou contornos
sombrios com a entrada de Dizzee Rascal.
Acompanhado pelo MC Aaron
W. Lawson e pelo DJ Semtex, Rascal mostrou músicas de seus dois
discos, "Boy in da Corner" e
"Showtime", em um show linear,
sem um grande clímax.
Ao vivo, suas rimas secas e rápidas, com um forte sotaque das
ruas, perdem um pouco da força
que têm no CD, o que deu para
sentir principalmente quando ele
cantou o hit "I Luv U".
É inegável a habilidade vocal do
rapaz, mas ficou faltando ao show
um pouco mais da "ginga" que
caracteriza as performances de
rap americano.
Estados Unidos, Reino Unido e
o futuro... É isso o que o DJ e produtor norte-americano Cut Chemist representa para o hip hop.
Segunda atração do Motomix,
que começou à 1h, Chemist entrou após o DJ KL Jay (do Racionais MCs), que mostrou uma deliciosa mistura de rap e ritmos brasileiros.
Integrante de uma das bandas
mais importantes do chamado
hip hop underground, o Jurassic
5, Cut Chemist entrou na madrugada de domingo e fez o diabo
com os pick-ups, tocando jazz,
samba, afro-samba, reggae, rap.
Em uma amostra de "turntablism", arte de fazer malabarismos nos toca-discos, Cut Chemist
os transformou em instrumentos
de percussão, fez scratches, tocou
bateria eletrônica. Ao mesmo
tempo.
Os paulistanos terão a oportunidade de assistir ao DJ hoje à noite,
no clube Vegas (r. Augusta, 765,
tel. 0/xx/11/3231-3705; ingr. R$
15), a partir das 23h.
De La Soul:
Cut Chemist:
Dizzee Rascal:
M.I.A.:
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