São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2005

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FREVO/JAZZ

Pernambucanos da Spok rompem anonimato e entusiasmam

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

Entre as mesas do palco Club, sexta-feira, um dos temas de conversa era a falta de instrumentistas brasileiros na programação do Tim. Com a apresentação da SpokFrevo Orquestra, no sábado, quem se queixava teve de reconhecer que o país foi surpreendentemente bem representado por 17 pernambucanos.
O motivo da surpresa é óbvio: estava nítido que só uma pequena parte da platéia já tinha ouvido falar da orquestra, que tem apenas um disco no catálogo e é comandada por um saxofonista que se assume como Spok.
Por causa do desconhecimento, o show começou titubeante, mas se desenvolveu em um crescendo empolgante, graças ao incrível entrosamento dos músicos e ao carisma de Spok. Ele deu uma aula sobre o frevo, mostrando três variedades: coqueiro, ventania e abafa. O resultado incendiou o público.
Para os jazzófilos, a noite começou com a entrada do italiano Enrico Rava e seu quinteto. O trompetista mostrou seu estilo livre, em que os temas não são mais do que pretextos para improvisações. Algumas soaram excessivas, outras conciliaram inventividade e precisão. Talvez, por não ter se afastado tanto do tema, "Nature Boy" foi o grande momento da apresentação.
O guitarrista inglês John McLaughlin também mostrou o que se esperava dele e do Shakti, grupo com artistas indianos que criou em 1975 e retomou em 1999, após duas décadas de separação: alguns momentos sublimes de casamento entre o jazz e a música tradicional da Índia, e outros profundamente tediosos. Um solo de mais de 20 minutos levou parte da platéia a abandonar a tenda, deixando-a para os hindófilos e os que dormiam nas cadeiras. Talvez fosse melhor ter aberto a noite com o Shakti e terminado com o frevo do dr. Spok.


SpokFrevo:     

Enrico Rava:    

Shakti:   


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