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FREVO/JAZZ
Pernambucanos da Spok rompem anonimato e entusiasmam
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Entre as mesas do palco
Club, sexta-feira, um dos temas de conversa era a falta de instrumentistas brasileiros na programação do Tim. Com a apresentação da SpokFrevo Orquestra, no sábado, quem se queixava
teve de reconhecer que o país foi
surpreendentemente bem representado por 17 pernambucanos.
O motivo da surpresa é óbvio:
estava nítido que só uma pequena
parte da platéia já tinha ouvido falar da orquestra, que tem apenas
um disco no catálogo e é comandada por um saxofonista que se
assume como Spok.
Por causa do desconhecimento,
o show começou titubeante, mas
se desenvolveu em um crescendo
empolgante, graças ao incrível entrosamento dos músicos e ao carisma de Spok. Ele deu uma aula
sobre o frevo, mostrando três variedades: coqueiro, ventania e
abafa. O resultado incendiou o
público.
Para os jazzófilos, a noite começou com a entrada do italiano
Enrico Rava e seu quinteto. O
trompetista mostrou seu estilo livre, em que os temas não são mais
do que pretextos para improvisações. Algumas soaram excessivas,
outras conciliaram inventividade
e precisão. Talvez, por não ter se
afastado tanto do tema, "Nature
Boy" foi o grande momento da
apresentação.
O guitarrista inglês John
McLaughlin também mostrou o
que se esperava dele e do Shakti,
grupo com artistas indianos que
criou em 1975 e retomou em 1999,
após duas décadas de separação:
alguns momentos sublimes de casamento entre o jazz e a música
tradicional da Índia, e outros profundamente tediosos. Um solo de
mais de 20 minutos levou parte da
platéia a abandonar a tenda, deixando-a para os hindófilos e os
que dormiam nas cadeiras. Talvez
fosse melhor ter aberto a noite
com o Shakti e terminado com o
frevo do dr. Spok.
SpokFrevo:
Enrico Rava:
Shakti:
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