São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2006

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Ela merece respeito

Apontada pela crítica como a produtora número um do hip hop, Missy Elliott lança a sua primeira coletânea, "Respect M.E."

Divulgação
A rapper norte-americana Missy Elliott, cujo disco "Respect M.E." chega às lojas nesta semana


ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ela nem precisava pedir, mas é com um "Respect M.E." (respeite-me) estampado na capa que Missy Elliott lança a primeira coletânea de sua carreira, reunindo as músicas mais conhecidas da mulher número um do hip hop.
Com apenas algumas semanas nas lojas, "Respect M.E.", que saiu em setembro na Europa e chega agora ao Brasil, já é o segundo álbum de Missy Elliott a ficar entre os dez melhores no Reino Unido, e seu disco mais bem colocado nessa lista, ocupando a sétima posição.
Isso mostra porque Missy Elliott, 35, é apontada como a principal letrista, performer, produtora e rimadora de sua geração por críticos como os do site norte-americano Pitchfork (www.pitchforkmedia.com), por exemplo, conhecido por suas avaliações criteriosas. O texto do site sobre "Respect M.E.", começa afirmando que Missy Elliott "é um tesouro nacional", comparável a Prince e James Brown.
Segundo a mesma crítica, "Elliott merece um tipo de reconhecimento que ainda não foi inventado (...), já que, no hip hop e r&b contemporâneos, não há ninguém que seja páreo para ela". "Como cantora, letrista e produtora/arranjadora, somente Prince e James Brown são melhores."

Rainha
Missy Elliott tornou-se tal realeza, graças, em parte, à associação com o produtor Timbaland, seu parceiro desde "Supa Dupa Fly" (1997), disco em que estreou, falando sobre temas como sexo, rap e festas. Foi trabalhando com ele que Elliott apareceu no cenário musical, em 1996, co-produzindo e rimando em algumas faixas do CD "One in a Million", da estrela Aaliyah -cantora de r&b que morreu em 2001, aos 22 anos, num acidente de avião.
Mas ela só se tornou conhecida pra valer em 1999, quando lançou o segundo CD, "Da Real World", e bombou nas rádios e pistas as músicas "She's a Bitch" e "Hot Boyz". Nos outros seis álbuns, todos em parceria com Timbaland, a dupla aprimorou a mistura de batidas do rap "old school" (dos anos 80) e rhythm and blues, pontuado-as com ritmos indianos, harmonias doces e dançantes.
Desde então, Missy Elliot coleciona milhares de cópias de discos vendidos -10 milhões só do mais recente, "The Cookbook" (2005)-, cinco prêmios Grammy e parcerias com bambambãs do rap, como Eminem, Beyoncé e Jay-Z. Além disso, prepara-se para ter sua vida retratada em um filme hollywoodiano, que terá a participação Robert De Niro.
Sua imagem também mudou muito desde que apareceu pela primeira vez, em 1997, vestida com um enorme saco de lixo em um videoclipe. Agora, repaginada, Elliot veste a linha que a Adidas fez em sua homenagem, e traz uma coroa bordada.

Grande performance
A grandeza de Missy Elliott não se mede só no estúdio ou nas vendas de CD. A Folha assistiu seu show no último dia 2, em uma casa de espetáculos em Paris (França), e, no palco, ela é também uma grande performer.
Missy Elliott se apresentou com uma superprodução, acompanhada por cerca de 15 dançarinos de break, um MC e um DJ. Dançou, cantou todos os seus principais hits e foi ovacionada pelo público.
Ao final, desceu do palco para cantar no meio da platéia, "porque, apesar de ser uma grande estrela do hip hop, é um ser humano". Mereceu todo o respeito.


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