|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica/música/"Respect M.E.":
Coletânea de Missy Elliott costura hits para conquistar novos fãs
LULIE MACEDO
EDITORA DO GUIA
Coletâneas do tipo "best
of" costumam ser lançadas em três ocasiões:
1) como refresco para a memória quando a carreira do artista
é por demais extensa; 2) como
caça-níquel no caso de novatos
que estão "bombando"; 3) como obra póstuma. Para "Respect M.E." assinale nenhuma
das anteriores.
Alguém pode sugerir que seis
discos em nove anos não são o
bastante para preencher uma
retrospectiva. Mas o resumo
em questão funciona mais como introdução à obra do que
nostalgia. Missy Elliott quer
fisgar novos fãs -não à toa o
disco foi lançado apenas na Europa, Austrália e Brasil. Dona
Melissa não dá ponto sem nó.
São 17 faixas pinçadas desde
"Supa Dupla Fly" (1997), até
"Cookbook" (2005). Para quem
nunca ouviu falar da mulher
-nesse caso, parabéns, você esteve imune à cultura pop nos
últimos dez anos-, é simples:
"Respect M.E." cumpre muito
bem as devidas apresentações.
Para os fãs, é um bom suvenir,
mas não é essencial.
O disco abre com "Get Ur
Freak On", de 2001, hit de pista
produzido pelo amigo de infância e parceiro Timbaland.
As igualmente arrasa-quarteirões ""Work It", "Gossip
Folks" e "Pass that Ducth"
compõem a primeira metade
do álbum, costurada pelos
beats mais poderosos e dançantes e pela ode à velha escola do
hip hop, que ela iniciou em
2002, no álbum "Under Construction".
Desse disco é imperdoável a
ausência da saudosista e portanto necessária "Back in the
Days", em que ela questiona "O
que aconteceu com aqueles
bons e velhos tempos? / quando o hip hop era muito mais divertido / só o que importava era
a música...".
As referências às origens do
hip hop continuaram em
"Cookbook", do qual a coletânea retira "We Run This", construída sobre o sample de "Apache", a primeira música sampleada da história.
O disco começa a cair quando
volta ao r&b de "Supa Dupa
Fly" e "Da Real World" (1999).
Missy Elliott é muito melhor rimando, apesar de guardar uma
competente faceta crooner.
Se fosse Jay Z -e, portanto,
homem- talvez dona Melissa
já tivesse virado do avesso o
mercado pop. Não que não tenha colecionado cifras, prêmios e reconhecimento. Mas
com "Respect M.E." ela parece
querer dizer mais -que para
estar no topo é preciso ser digna de respeito.
RESPECT M.E.
Artista: Missy Elliott
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 30, em média
Texto Anterior: Ela merece respeito Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|