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Crítica
Shyamalan cria mistério com delicadeza
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O cinema americano passou
de dominante, até os anos 60,
para absolutamente hegemônico desde a década de 80 do século passado. Hollywood, deficitária desde a era dos grandes
estúdios, que termina por volta
de 1950, recuperou-se e voltou
a se impor.
O problema é que, para atingir um público maior neste momento em que as diversões são
extremamente diversificadas, o
cinema adotou um padrão hoje
em esgotamento, baseado em
filmes de aventura destinados
sobretudo ao público juvenil.
É preciso, portanto, encontrar algumas alternativas. Buscar realizadores no exterior pode ser uma. Mas permitir que
certas personalidades despontem e se desenvolvam é, certamente, a mais promissora.
Em M. Night Shyamalan, de
"A Dama na Água" (HBO, 21h), Hollywood encontrou um
cineasta com sentido autêntico
do mistério e de como ele se
põe em imagens. "A Dama", um
filme de pouca história, envolve-nos com atmosfera, mistério e uma enorme delicadeza.
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