São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2010

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Mostra e Bienal fazem parceria para exibir longas em terreiro

DANIEL MÉDICI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ambas estão entre os mais badalados eventos culturais da cidade e com frequência ocorrem simultaneamente. Mas este ano é o primeiro em que a Bienal de Artes e a Mostra Internacional de Cinema atuam em parceria.
Até o próximo dia 4/11, o terreiro "A Pele do Invisível", espaço reservado à exibição de vídeos na Bienal, terá a programação composta por filmes da Mostra -desta edição ou das passadas. A programação dos filmes está em www.29bienal.org.br.
A iniciativa do projeto partiu de Emilio Kalil, produtor-executivo da Bienal. O local de exibição, porém, conserva algumas peculiaridades. A principal delas é que o espaço permanece aberto ao longo de toda a projeção, para que os espectadores possam entrar e sair a qualquer hora -exigência da política da exposição.
Para Pedro França, coordenador do programa dos terreiros, o espaço visa modificar a própria relação entre o filme e seu consumidor.
"Essa parceria vem num momento muito propício, no qual a sala de cinema não parece mais ser o lugar por excelência da experiência fílmica", afirma. Renata de Almeida, codiretora da Mostra, concorda com França. "Vemos que a linha divisória entre cineastas e artistas tem se tornado mais tênue. Como no caso do Wim Wenders", diz.

ESCOLHA
A Mostra buscou montar o programa considerando as condições atípicas nas quais ele seria exibido.
"A escolha dos filmes obedeceu a uma lógica de sedução", diz Leon Cakoff, diretor da Mostra, ressaltando que o espectador entra em contato com a obra sem saber necessariamente do que se trata.
"Nós pensamos em filmes que, em cinco minutos de qualquer trecho, pudessem entregar boas imagens a quem estiver assistindo", afirma Renata de Almeida.
É o caso, segundo Cakoff, dos cinco títulos do chinês Jia Zhang-ke selecionados para o espaço. Ou das nove produções assinadas pelo russo Aleksandr Sokúrov.
Aparecem também realizações mais raras, como as de Artavazd Pelechian, ao lado de outras já consagradas, como "Arquitetura da Destruição", de Peter Cohen. "Esta é a proposta dos terreiros, criar um espaço de aproximação entre as artes plásticas e outras formas de expressão", afirma França.

FILMES DA MOSTRA NA BIENAL

QUANDO até 4/11
ONDE parque Ibirapuera, portão 3 (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, tel. 0/xx/11/ 5576-7600)
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO não informada


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