São Paulo, sexta, 24 de outubro de 1997.




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Para ator, papel foi lição de vida

CECÍLIA SAYAD
da Redação

Quatro anos atrás, o então pintor francês Romain Duris foi abordado na rua pelo diretor de elenco do cineasta Cédric Klapisch ("A Idade Perigosa" e "O Gato Sumiu").
Foi o início de uma carreira de ator que já estava nos sonhos de Duris, mas pela qual ele nunca movera uma palha. "Já tinha pensado em ser ator, mas nunca fui atrás de nada. Queria que viessem me buscar", disse Romain Duris em entrevista à Folha.
O ator (que trabalhou nos dois filmes de Klapisch acima citados) está em São Paulo a convite da 21ª Mostra Internacional de Cinema, que exibe dois filmes dos quais participa: "O Estrangeiro Louco", do argelino Tony Gatlif, e "Doberman", de Jan Kounen.
"São filmes muito diferentes", diz Duris. "Em 'Doberman', meu papel é completamente maluco, como todo o filme, calcado em cenas de violência e ação. Considero meu trabalho no longa de Kounen como uma espécie de jogo."
Já "O Estrangeiro Louco", que protagoniza, trouxe para o ator mais do que uma experiência profissional. "Trabalhar na Romênia, com ciganos que não são atores, foi, sobretudo, uma experiência pessoal, uma lição de vida."
No filme, Duris, que está com 23 anos, interpreta um jovem francês que, obcecado por um nome de mulher presente em uma canção, vai para a Romênia, onde passa uma temporada com ciganos. Para eles, ele é o estrangeiro louco.
"Os ciganos não atuavam. Eram, simplesmente, eles mesmos", disse Duris. Uma novidade para o ator foi a questão da língua -os ciganos não falavam francês. "Nossa comunicação se dava pelo olhar, pelos gestos", explicou.



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