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Para ator, papel foi lição de vida
CECÍLIA SAYAD
da Redação
Quatro anos atrás, o então pintor
francês Romain Duris foi abordado na rua pelo diretor de elenco do
cineasta Cédric Klapisch ("A Idade Perigosa" e "O Gato Sumiu").
Foi o início de uma carreira de
ator que já estava nos sonhos de
Duris, mas pela qual ele nunca
movera uma palha. "Já tinha pensado em ser ator, mas nunca fui
atrás de nada. Queria que viessem
me buscar", disse Romain Duris
em entrevista à Folha.
O ator (que trabalhou nos dois
filmes de Klapisch acima citados)
está em São Paulo a convite da 21ª
Mostra Internacional de Cinema,
que exibe dois filmes dos quais
participa: "O Estrangeiro Louco", do argelino Tony Gatlif, e
"Doberman", de Jan Kounen.
"São filmes muito diferentes",
diz Duris. "Em 'Doberman', meu
papel é completamente maluco,
como todo o filme, calcado em cenas de violência e ação. Considero
meu trabalho no longa de Kounen
como uma espécie de jogo."
Já "O Estrangeiro Louco", que
protagoniza, trouxe para o ator
mais do que uma experiência profissional. "Trabalhar na Romênia,
com ciganos que não são atores,
foi, sobretudo, uma experiência
pessoal, uma lição de vida."
No filme, Duris, que está com 23
anos, interpreta um jovem francês
que, obcecado por um nome de
mulher presente em uma canção,
vai para a Romênia, onde passa
uma temporada com ciganos. Para
eles, ele é o estrangeiro louco.
"Os ciganos não atuavam.
Eram, simplesmente, eles mesmos", disse Duris. Uma novidade
para o ator foi a questão da língua
-os ciganos não falavam francês.
"Nossa comunicação se dava pelo
olhar, pelos gestos", explicou.
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