ANA FRANCISCA PONZIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Não será só Harry Potter que transformará histórias fantasiosas em fenômenos de bilheterias neste fim de ano. No Brasil e em várias capitais do mundo, o balé "O Quebra-Nozes" começa a chegar aos palcos para atrair milhares de espectadores.
Hoje, o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro estréia sua produção de "O Quebra-Nozes", com coreografia de Dalal Achcar. A certeza do sucesso é tanta que a temporada se prolongará até 6 de janeiro de 2.002.
Da mesma forma, o New York City Ballet estreou ontem a requintada versão que George Balanchine criou para "O Quebra-Nozes" em 1954 e que ficará em cartaz até 31 de dezembro no Lincoln Center.
Conservando o tradicionalismo da primeira versão, que estreou na Rússia em 1892, ou acrescentando interpretações contemporâneas ao libreto original concebido por Marius Petipa, sob inspiração de um conto de E.T.A. Hoffmann, "O Quebra-Nozes" continua estimulando o imaginário das platéias.
Na cidade francesa de Lyon, uma nova e heterodoxa versão de "O Quebra-Nozes" estréia em 4 de dezembro. Dançada pelo Ballet da Ópera de Lyon e assinada pelo coreógrafo Dominique Boivin, faz das histórias em quadrinhos o ambiente em que a menina Clara, personagem principal, vivencia suas fantasias de Natal.
Nas montagens brasileiras, prevalece a fidelidade ao espetáculo original. Para mostrar a viagem encantada de Clara pelo Reino dos Doces, o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro reuniu um time de virtuosos que inclui Ana Botafogo e dois talentos brasileiros que brilham no exterior: Marcelo Gomes, do American Ballet Theater de Nova York, e Daniela Severian, que pertence ao elenco do Teatro Estatal de Wiesbaden, da Alemanha.
Na primeira vez que "O Quebra-Nozes" foi apresentado no Brasil, em 54, a fada açucarada foi dançada por Dalal Achcar.