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DE FÃ PARA FÃ
Humor britânico finalmente aparece na saga
BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA
Deixemos algumas coisas estabelecidas logo de cara: o
Harry Potter dos filmes (Daniel
Radcliffe) é bem mais mauricinho
do que o Harry Potter dos livros
de J.K. Rowling. O Ron Weasley
(Rupert Grint), bem mais bocó, e
a Hermione Granger vivida por
Emma Watson é uma vênus de
Botticelli perto da amiga CDF de
Potter descrita por Rowling.
Dito isto, é forçoso admitir que,
a esta altura, qualquer fã da série
do bruxinho, seja dos livros ou
dos filmes, já se considera íntimo
do trio de atores mirins que o público viu crescer em cada filme ao
longos dos anos.
Em "Harry Potter e o Cálice de
Fogo", que estréia oficialmente
amanhã nos cinemas nacionais,
os três colegas de Grifinória entram bombando em uma aventura que é compartilhada por "trouxas" do mundo todo.
Os deslumbrantes efeitos especiais do Campeonato Mundial de
Quadribol são só um canapé. Desta vez, além dos perigos que rondam os muros e a floresta de Hogwarts, Harry Potter, Ron e Hermione são forçados a lidar com
um tenebroso dragão chamado...
adolescência.
É o aspecto "teen" que faz do
quarto filme da série o mais especial de todos. Agora, o amor está
no ar e Potter e sua turma ganharam diálogos e personalidades
mais definidos.
Mérito do diretor
Nas versões cinematográficas
anteriores, sempre ficou faltando
o essencial. Mesmo a ótima adaptação do terceiro livro, "O Prisioneiro de Azkaban", dirigida por
Alfonso Cuarón, deixou a desejar
em um aspecto fundamental: o
senso de humor britânico no qual
J.K. Rowling deita e rola em todos
os livros sobre o bruxo. Foi preciso entregar a direção de "O Cálice
de Fogo" ao inglês Mike Newell
(diretor de "Quatro Casamentos e
Um Funeral") para que a graça de
Rowling pudesse finalmente desabrochar na tela do cinema.
Para os fãs que preferem os livros de Harry Potter aos filmes e
que reclamam do andamento das
versões cinematográficas da Warner Bros., "Harry Potter e o Cálice
de Fogo" é um alívio. Pela primeira vez, o leitor fiel irá rir e se amedrontar na mesma medida.
Pior para os mais petizes, que ficarão enfastiados lá pelo começo
da segunda hora do filme, e para
aqueles que não conhecem o texto
de J.K. Rowling -e não saberão
entender, por exemplo, porque
Hermione briga com Ron durante o Baile de Inverno de Hogwarts.
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