São Paulo, sábado, 24 de dezembro de 2005

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Filão também vira sucesso no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

O filão de trivialidades tem uma recente história de sucesso nacional: o "Almanaque Anos 80", da Ediouro, está há quase um ano na lista dos dez mais vendidos da Folha (não-ficção), chegou a estar na primeira posição nos dias 25 de junho e 16 de julho, vendendo cerca de 85 mil exemplares.
"No fim de novembro saiu a 10ª edição, com 15 mil exemplares, que é coisa pra burro, principalmente considerando que a primeira edição do Almanaque teve apenas 4.000 exemplares", lembra Luiz André Alzer, autor do livro com Mariana Claudino, que acabam de lançar o "Jogo do Almanaque Anos 80", com mais de 2.000 perguntas sobre a década e curiosidades que não entraram na obra.
Outras editoras têm investido em formatos semelhantes: livros pequenos, com informações em pílulas ou textos curtos. A Nova Fronteira chegou a criar um selo, o Carpe Diem, que acaba de lançar seus três primeiros títulos: "Mania de Perfeição", "O Método Kaizen - Um Pequeno Passo Pode Mudar sua Vida" e "Melhor que Chocolate - 50 Maneiras Comprovadas de Ser Mais Feliz". Este último, destaca o editor Carlos Augusto Lacerda, é o que mais se encaixa no filão de pílulas.
"Esta é a linha mais dinâmica do mercado, que produz mais novidades", diz o editor, que chegou a se interessar pela publicação no Brasil de "A Miscelânea" ("desisti porque achei a tradução muito difícil") e chama os autores do "Almanaque Anos 80" de "geniais".
"Os almanaques são uma fórmula antiqüíssima, que vem sendo reinventada com o componente da criatividade autoral. Se cair um tão bom na minha mão, terei o maior interesse. Mas a pergunta é: será que um almanaque dos anos 60 ou 70 vai funcionar?"
Quem responde é o próprio Alzer: "A Ediouro até nos propôs lançar o "Almanaque Anos 70", mas não topamos, porque o barato do "Almanaque" é que mostramos bem a afinidade com a década. Num livro sobre os 70, no máximo conseguiríamos fazer uma boa pesquisa, mas que ficaria dura, sem o charme do anterior".
Na Sextante, "Palavras de Sabedoria", do Dalai Lama, lançado em 2001, abriu caminho para a linha na editora, que tem um best-seller do gênero: "Você É Insubstituível", de Augusto Cury, com 600 mil exemplares comercializados, e que acaba de lançar "100 Promessas para o Meu Bebê", de Mallika Chopra, filha de Deepak.
"O fenômeno é forte fora do Brasil, e a gente começou a ter muita oferta", atesta Marcos Pereira, um dos donos da Sextante.
Na mesma linha, a editora tem apenas um caso não tão bem-sucedido. E curioso: o livro "Mil e uma Razões para Gostar do Brasil", lançado com 20 mil exemplares, mas cujas vendas não passaram de 8.000 livros.
"Foi um barato fazer, pensamos que ia arrebentar, mas o livro ficou longe de ser um sucesso", lamenta Pereira. (ES)


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