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Filão também vira sucesso no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
O filão de trivialidades tem uma
recente história de sucesso nacional: o "Almanaque Anos 80", da
Ediouro, está há quase um ano na
lista dos dez mais vendidos da Folha (não-ficção), chegou a estar
na primeira posição nos dias 25
de junho e 16 de julho, vendendo
cerca de 85 mil exemplares.
"No fim de novembro saiu a 10ª
edição, com 15 mil exemplares,
que é coisa pra burro, principalmente considerando que a primeira edição do Almanaque teve
apenas 4.000 exemplares", lembra
Luiz André Alzer, autor do livro
com Mariana Claudino, que acabam de lançar o "Jogo do Almanaque Anos 80", com mais de
2.000 perguntas sobre a década e
curiosidades que não entraram na
obra.
Outras editoras têm investido
em formatos semelhantes: livros
pequenos, com informações em
pílulas ou textos curtos. A Nova
Fronteira chegou a criar um selo,
o Carpe Diem, que acaba de lançar seus três primeiros títulos:
"Mania de Perfeição", "O Método
Kaizen - Um Pequeno Passo Pode
Mudar sua Vida" e "Melhor que
Chocolate - 50 Maneiras Comprovadas de Ser Mais Feliz". Este último, destaca o editor Carlos Augusto Lacerda, é o que mais se encaixa no filão de pílulas.
"Esta é a linha mais dinâmica do
mercado, que produz mais novidades", diz o editor, que chegou a
se interessar pela publicação no
Brasil de "A Miscelânea" ("desisti
porque achei a tradução muito difícil") e chama os autores do "Almanaque Anos 80" de "geniais".
"Os almanaques são uma fórmula antiqüíssima, que vem sendo reinventada com o componente da criatividade autoral. Se cair
um tão bom na minha mão, terei
o maior interesse. Mas a pergunta
é: será que um almanaque dos
anos 60 ou 70 vai funcionar?"
Quem responde é o próprio Alzer: "A Ediouro até nos propôs
lançar o "Almanaque Anos 70",
mas não topamos, porque o barato do "Almanaque" é que mostramos bem a afinidade com a década. Num livro sobre os 70, no máximo conseguiríamos fazer uma
boa pesquisa, mas que ficaria dura, sem o charme do anterior".
Na Sextante, "Palavras de Sabedoria", do Dalai Lama, lançado
em 2001, abriu caminho para a linha na editora, que tem um best-seller do gênero: "Você É Insubstituível", de Augusto Cury, com
600 mil exemplares comercializados, e que acaba de lançar "100
Promessas para o Meu Bebê", de
Mallika Chopra, filha de Deepak.
"O fenômeno é forte fora do
Brasil, e a gente começou a ter
muita oferta", atesta Marcos Pereira, um dos donos da Sextante.
Na mesma linha, a editora tem
apenas um caso não tão bem-sucedido. E curioso: o livro "Mil e
uma Razões para Gostar do Brasil", lançado com 20 mil exemplares, mas cujas vendas não passaram de 8.000 livros.
"Foi um barato fazer, pensamos
que ia arrebentar, mas o livro ficou longe de ser um sucesso", lamenta Pereira.
(ES)
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