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Crítica
O homem é sempre um ser de mistérios
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Ser outro, ser de outro lugar,
de outro mundo, não é um tema
estranho à experiência argentina. Em "Valentim", de Alejandro Agresti, por exemplo, o sonho do menino é se tornar astronauta.
Em "Homem Olhando a
Sudeste" (Canal Brasil,
19h30), de Eliseo Subiela, estávamos bem próximos do fim da
ditadura militar (o filme é de
1986), de maneira que a conjunção ali encontrada não parece fora de propósito: existe
um asilo psiquiátrico e, ali, um
homem que diz ser de outro
planeta.
É claro que este filme nos remete à tradição do fantástico
na literatura argentina. Mas
convém perguntar se esse homem tão único será assim tão
diferente daquele de "O Homem do Oeste" (Max Prime,
22h30), o clássico em que Anthony Mann revela, na pessoa
de Gary Cooper, as complexidades de uma figura que, em
princípio, nos parece tão evidente.
Num hospício do Sul ou nas
planícies do Oeste, o homem é
sempre um ser de mistérios.
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