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Nanini "sola" em filme sobre um casamento e três funerais
DA REPORTAGEM LOCAL
O fio condutor de "A Grande
Família - O Filme" é a consciência da morte que se apodera do patriarca. Lineu (Marco
Nanini) passa mal no enterro
de um colega da repartição.
Ele enfrenta o envelope com
o resultado do exame que pode
apontar seu fim iminente com
três reações distintas -revolta-se com os "desajustados" da família; decide aproveitar com
gula inédita os momentos de vida que lhe restam; resolve demonstrar à mulher, Nenê (Marieta Severo), que 40 anos de vida ao lado dela valeram a pena.
Para visitar todas essas alternativas, o filme repete três vezes a cena do enterro -com os
desfechos correspondentes.
Ou seja, desde o roteiro, "A
Grande Família - O Filme" definiu a oportunidade de um solo para Nanini. O ator não deixa
passar a chance de uma interpretação brilhante, embora, tímido contumaz, seja o último a
reconhecer o próprio mérito.
"A vaidade tem que ser tratada na rédea. Se ela tomar a frente, você está perdido. Entrou
num canto de sereia e vive num
mundo particular", afirma.
Sem ter a experiência real da
paternidade, Nanini diz que
compôs Lineu pela observação,
sua ferramenta habitual. "Se
você diz: "Vou fazer meu pai",
não sai. Sai uma forma oca. O
banco de observação que você
armazena vem naturalmente."
Para o tom do personagem,
buscou um "naturalismo não
exato, com um quê teatral na
interpretação", já que ele prefere "o naturalismo representado
ao naturalismo cru".
No set de filmagens, Nanini
evita o local onde o diretor revisa num monitor as cenas recém-filmadas. "Isso me atrapalha muito. Sou muito crítico.
Fico achando tudo horrível.
Vou deprimido para a outra cena, e vira uma bola de neve."
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