São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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Nanini "sola" em filme sobre um casamento e três funerais

DA REPORTAGEM LOCAL

O fio condutor de "A Grande Família - O Filme" é a consciência da morte que se apodera do patriarca. Lineu (Marco Nanini) passa mal no enterro de um colega da repartição.
Ele enfrenta o envelope com o resultado do exame que pode apontar seu fim iminente com três reações distintas -revolta-se com os "desajustados" da família; decide aproveitar com gula inédita os momentos de vida que lhe restam; resolve demonstrar à mulher, Nenê (Marieta Severo), que 40 anos de vida ao lado dela valeram a pena.
Para visitar todas essas alternativas, o filme repete três vezes a cena do enterro -com os desfechos correspondentes.
Ou seja, desde o roteiro, "A Grande Família - O Filme" definiu a oportunidade de um solo para Nanini. O ator não deixa passar a chance de uma interpretação brilhante, embora, tímido contumaz, seja o último a reconhecer o próprio mérito.
"A vaidade tem que ser tratada na rédea. Se ela tomar a frente, você está perdido. Entrou num canto de sereia e vive num mundo particular", afirma.
Sem ter a experiência real da paternidade, Nanini diz que compôs Lineu pela observação, sua ferramenta habitual. "Se você diz: "Vou fazer meu pai", não sai. Sai uma forma oca. O banco de observação que você armazena vem naturalmente."
Para o tom do personagem, buscou um "naturalismo não exato, com um quê teatral na interpretação", já que ele prefere "o naturalismo representado ao naturalismo cru".
No set de filmagens, Nanini evita o local onde o diretor revisa num monitor as cenas recém-filmadas. "Isso me atrapalha muito. Sou muito crítico. Fico achando tudo horrível. Vou deprimido para a outra cena, e vira uma bola de neve."


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