São Paulo, sexta-feira, 25 de janeiro de 2008 |
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O rei de Nova York O diretor Ridley Scott fala sobre "O Gângster", em que Denzel Washington vive maior distribuidor de heroína do Harlem nos anos 70
TETÉ RIBEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NOVA YORK No intervalo de mais ou menos um mês, a reportagem da Folha falou duas vezes com o diretor inglês Ridley Scott, 70, primeiro em Los Angeles, depois em Nova York. Entre uma entrevista e outra, o trailer de "O Gângster" começou a ser exibido, e então os camelôs de Nova York passaram a vender cópias piratas do filme, lembrando o episódio que ocorreu no Brasil com "Tropa de Elite". Mas não foi só a pirataria que fez do 19º longa-metragem de Ridley Scott um filme-fenômeno. Apesar de ter passado praticamente batido nas indicações ao Oscar -concorre apenas a atriz coadjuvante (Ruby Dee) e a direção de arte-, teve recorde de público no outono norte-americano (numa temporada mais fraca que a de inverno), arrecadando US$ 46 milhões no primeiro fim de semana. Além disso, inspirou o rapper e empresário Jay-Z a lançar um álbum com o mesmo nome quatro dias depois da estréia, apesar de não ter nada a ver com a trilha do longa. "American Gangster", o álbum, foi um sucesso de vendas. Ainda assim, "O Gângster" quase não saiu da gaveta. Baseado em uma história real inicialmente publicada na semanal "New York" em 1998, o roteiro estava pronto desde 2002. Contava a história do traficante Frank Lucas, o maior distribuidor de heroína do Harlem dos anos 70, e da obsessão do policial Richie Roberts por ele, o que levaria Lucas, membros de sua família e policiais corruptos à prisão. O estúdio Universal resolveu bancar o projeto e convidou Denzel Washington para o papel de Lucas, que aceitou e indicou o diretor Antoine Fuqua, com quem trabalhara em "O Dia de Treinamento". Em 2004, com Benicio Del Toro como o policial Roberts, o projeto foi cancelado um mês antes do início das filmagens por conta do orçamento, que já passava dos US$ 100 milhões. Dois anos depois, Ridley Scott se lembrou do filme. Ele conhecia o roteiro e queria saber mais sobre o policial -imaginava o personagem elevado a segundo protagonista. Denzel ainda queria o papel do traficante, e Scott convenceu seu colaborador mais freqüente, o australiano Russell Crowe, a interpretar o policial. Diretor e ator já colaboraram em "Gladiador", "Um Bom Ano" e têm mais dois filmes sendo preparados, o drama "Body of Lies" e o western "Nottingham". "Se posso trabalhar com o melhor ator, por que não?", disse. Leia, a seguir, trechos da entrevista. FOLHA - Uma das informações mais chocantes do filme é o uso dos aviões do Exército para transportar heroína durante a Guerra do Vietnã. Como a CIA não ficou sabendo? RIDLEY SCOTT - Isso seria outro filme! A história é complicada, por isso não me aprofundei mais. Já existem duas histórias, não teria como entrar em uma terceira. Mas é óbvio que a CIA estava envolvida e que vários soldados, pilotos, capitães estavam envolvidos. Era uma outra quadrilha, uma outra máfia. Texto Anterior: Horário nobre da TV aberta Próximo Texto: Cinema/estréias: Filme não glorifica a máfia, diz Scott Índice |
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