|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DIGITAL
Trabalho do artista visual Tadeu Jungle está em site
Fotografias revelam, na internet, as formas de São Paulo sob chuva
ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO
Chuva em São Paulo é facilmente associada a caos -e particularmente a um trânsito bem complicado. Sem destituí-la completamente desse sentido, mas sobretudo dando-lhe outros mais enaltecedores, o artista visual Tadeu
Jungle lança o ensaio "Heavy
Rain", com fotografias digitais tiradas de dentro de um carro em
dias de chuva que estão disponíveis no site www.tadeujungle.com.br/heavyrain.
Jungle, 46, um dos principais
nomes do vídeo brasileiro nos
anos 80, destaca a similaridade
entre o visor das câmeras de vídeo
e de fotografia digital. "Quando
comecei a mexer com câmeras digitais, fiquei impressionado com
a semelhança com o vídeo e me
familiarizei com elas facilmente.
Além disso, o próprio processo é
muito semelhante ao do vídeo, já
que dá para ver o que foi feito instantaneamente", diz Jungle.
A idéia de expor fotos digitais
nasceu da exposição "Estradas,
Camas e Reflexões", que o artista
fez na galeria Valu Oria, em 2001,
com fotos em 35 mm. "O [artista
plástico José Roberto] Aguilar viu
as fotografias e me disse que aquilo era vídeo, que o meu olhar era
um olhar de vídeo. Agora, fazendo as fotos, percebi que existe
mesmo um olhar bem particular
de quem se acostuma a uma camera de vídeo. É um "approach"
diferente do de um fotógrafo,
nem sei se há explicação direito."
Tadeu Jungle arquivou as fotos
no computador e, das quase 1.000
que resultaram dos períodos de
chuva entre setembro de 2002 e
fevereiro deste ano, 40 estão disponíveis no site.
"Essa máquina anda sempre comigo. Comecei a tirar fotos meio
por acaso, mas, depois, quando
chovia, eu já ia pra rua e comecei a
encarar mais como trabalho."
As fotos disponibilizadas no site
vão estar à venda, em papel, na
galeria Valu Oria (al. Gabriel
Monteiro da Silva, 1.403, tel. 0/
xx/11/3083-0811). Não seria uma
contradição, já que o trabalho é
essencialmente digital? Jungle diz
que "esse trânsito de mídia me interessa bastante. E as pessoas costumam querer ter um exemplar
das fotos. Foram feitos vários testes de como passar para o papel,
até chegar à melhor maneira de
traduzi-las para o papel. Não foi
apenas um clique".
Nos próximos meses, as fotografias, avisa Jungle, devem se
desdobrar em... vídeo.
Texto Anterior: Cinema: Periferia "rouba a fita" da 15ª Mostra do Audiovisual Paulista Próximo Texto: Festival de Curitiba: Grande vitrine de surpresas junta blefes e promessas Índice
|