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FRINGE
"O Homem que Não Dava Seta" retrata fragmentação
Galpão apresenta fruto de oficina
VALMIR SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
Com centenas de estudantes ou
recém-formados em artes cênicas
transitando por Curitiba, a participação de um projeto de formação com a chancela do grupo Galpão constitui uma bússola e tanto.
O drama "O Homem que Não
Dava Seta", que entra hoje na programação do Fringe, é resultado
do quinto Oficinão que o grupo
de Belo Horizonte realizou no ano
passado no Cine Horto.
Pela quarta vez consecutiva, o
núcleo de dramaturgia do Oficinão criou um texto para ser interpretado por atores que também
passaram pelas aulas ministradas
ora por integrantes do próprio
Galpão, ora por convidados. Luís
Alberto de Abreu coordena a dramaturgia.
Chico Pelúcio é um dos cúmplices pelos 20 anos do Galpão, grupo que nasceu nas ruas e ganhou
os palcos internacionais a partir
de "Romeu e Julieta" (1992).
"A peça nasce da fragmentação
da vida contemporânea, refletida
na velocidade das informações e
na violência cotidiana", diz Pelúcio, 43. São 13 atores em cena.
Esse universo urbano é retratado com apoio da linguagem cinematográfica. São projetadas imagens (pelo videasta André Amparo), recurso que Pelúcio usou recentemente em "Um Trem Chamado Desejo" (2000).
O núcleo de dramaturgia, que
anteriormente abordou gêneros
como melodrama e tragédia, é
formado por Adriano de Faria,
Juliana Antunes, Maria Cristina
Andrade, Marcelo Braga, Miguel
Anunciação. Segundo o diretor,
todas as etapas de criação decorrem de processo colaborativo.
Atualmente, o Cine Horto, espaço mantido pelo Galpão, abriga
o sexto Oficinão. Entre os projetos
em andamento, estão o "Cena
Três por Quatro", que integra novos diretores ou dramaturgos a
companhias estabelecidas, e o
Festival de Cenas Curtas, que gera
espetáculos ou grupos.
O Galpão é patrocinado por Petrobras e Telemig, com apoio da
Secretaria Municipal de Cultura
de Belo Horizonte.
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