JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Superados os problemas políticos e os bloqueios econômicos que os mantiveram por anos afastados do mercado, os vinhos da África do Sul começam a ocupar espaço no cenário internacional.
Com 108 mil hectares de vinhedos, o país africano já elabora cerca de 830 milhões de litros de vinho por ano (cerca de 2,5% do total mundial), superando alguns tradicionais produtores, como Portugal. Nos últimos anos, com a modernização da indústria vitivinícola, os goles sul-africanos também deram um bom salto em qualidade.
No Brasil, eles continuam alargando a sua presença nas prateleiras. Dia 9 de março no Empório Santa Maria, em São Paulo, a Expand (tel. 0/xx/11/ 4613-3333) apresentou os vinhos da vinícola Steenberg, que acabou de integrar ao seu portfólio.
A casa conta com 70 hectares de vinhedos na região de Constantia, ao sul da Cidade do Cabo, uma das mais antigas áreas vitivinícolas do país, e produz cerca de 480 mil garrafas por ano com o rótulo Steenberg. Na prova todos os vinhos impressionaram bem.
Na ala dos brancos, os destaques foram um Sauvignon Blanc 2003, de aroma e sabor atraente (maracujá, mel), com leve toque vegetal, mas fresco e vivaz na boca (86/100, US$ 23,50), e um belo Semillon, também safra 2003, de paladar rico que mistura boas pinceladas de madeira com toques de frutas amarelas maduras (88/100, US$ 27,50).
No canto rubro menção para o Shiraz 2001, um vinho envelhecido em carvalho francês e americano, de perfil atraente (frutas vermelhas, couro, leve defumado) e bom corpo (87/100, US$ 35), e o Cabernet Sauvignon 2002, um exemplar redondo, com sabor frutado agradável e persistente (87/100, US$ 31). No topo ficou o Catharina 2001, um tinto corte de uvas cabernet, merlot e shiraz, de paladar denso marcado por fruta e madeira (baunilha, cedro, torrefação), ótima escolta para carnes vermelhas (88/100, US$ 42).


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