|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Produção cubana ganha visão de almanaque
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem poderia dizer que uma
pequena ilha socialista caribenha
seria capaz de criar uma das
maiores revoluções musicais do
século 20? Mãe de estilos como
danzón, son, mambo e cha cha
cha, a ilha de Fidel e sua música
são as estrelas deste documentário em duas partes, exibido hoje e
amanhã pela TV Cultura, às 20h.
Co-produzido pela própria rede,
o programa foi realizado em 1999,
mesmo ano da explosão mundial
do filme "Buena Vista Social
Club". Não há, portanto, nenhum
enfoque especial nas futuras estrelas Compay Segundo, Ibrahim
Ferrer, Omara Portuondo, Rubén
Gonzales -eles aparecem como
comentaristas e personagens ao
lado de vários outros músicos e
pesquisadores.
O lado bom é que o programa se
aprofunda em aspectos da música
de Cuba muito pouco comentados: a história, mais ou menos
cronológica, começa em séculos
passados e vai avançando até chegar a revoluções modernas, explicando didaticamente as criações,
fusões e transformações que geram os estilos musicais da ilha,
com detalhes biográficos de alguns de seus principais personagens, como Ernesto Lecuona, Bola de Nieve e Rita Montaner. Alguns dos momentos mais interessantes dão conta da influência da
música africana, do encontro com
o jazz americano e no desemboque no hoje tradicional jazz latino. É um mergulho profundo,
mas com resultado algo confuso.
Apesar de partir de assunto fascinante, a série é pobre em sua
realização, com gráficos feios, edição precária, imagens sem graça e
ritmo lento. Ao longo da hora de
cada um de seus programas, o documentário não sai da superficialidade, não atinge nenhum ponto
genial e apenas arranha no lado
político, não mostrando mais do
que uma Cuba de almanaque.
É um começo, mas ainda falta
muito.
Sonidos de Cuba
Quando: hoje e amanhã, às 20h, na TV
Cultura
Texto Anterior: Show: Em nova fase, banda de hardcore Hateen se prepara para "hypar" Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|