São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2007

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Mônica Bergamo

@ - bergamo@folhasp.com.br
Rodrigo Paiva/Folha Imagem
LAÇOS DE FAMÍLIA O filho de Clarice Lispector, Paulo Gurgel Valente, passeia pela exposição sobre a escritora no Museu da Língua Portuguesa, com sua filha, Mariana Valente, na noite de abertura do evento

Bolsa-Orquestra
Graças a incentivos fiscais da Lei Rouanet, os sócios do clube A Hebraica, em SP, puderam ver um concerto de John Neschling com desconto: pagaram apenas R$ 18 para assistir à apresentação da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de SP), anteontem, no teatro da entidade. Quem não é sócio desembolsou o dobro, R$ 36. A Osesp cobrou R$ 400 mil por três concertos ao longo do ano.

 

"Não é só preço. A estrela não toca em qualquer lugar", diz Peter Weiss, presidente do clube, referindo-se a Neschling. "Vai lá e tenta contratar ele, menina. Por menos de R$ 250 mil você não consegue levar o homem ao palco." E completa: "Não pagamos porque o Neschiling é da colônia [judaica], e sim porque é o melhor".
 

É o maestro, enfim, voltando aos palcos da cidade, depois de turnê pela Europa e da tentativa infrutífera do governador José Serra de afastá-lo do cargo. "Eu acompanhei a Osesp via Rádio Cultura em Zurique, Viena, Nuremberg e Paris. Eu vi a orquestra lotando teatros, divulgando o nome do Brasil. Não posso imaginar que haja um movimento contrário ao Neschling em SP", dizia Salomão Schwartzman, do conselho de cultura do clube A Hebraica.
 

Pois Neschling não apenas está de volta como permanece fiel a seu estilo. Na coxia do teatro, por exemplo, o regente passou o intervalo trancado em um camarim exclusivo, guardado pela produtora executiva da Osesp, Cristiane Santos. "Não pode", dizia ela aos repórteres que tentavam falar com o ele.
"O maestro foi bastante radical com relação a fotografias e entrevistas hoje. Ele não quer", explicava. "Mas me disseram que ele estava de bom humor hoje", reclamava uma repórter do programa judaico "Shalom Brasil", da TV Aberta. "Nem chega perto", respondia um assessor. A repórter: "Ele vai jogar um violino na gente?" E o assessor: "Não sei, não sei".
 

Hoje tem mais Neschling. Ele rege a orquestra na Sala São Paulo, num concerto em homenagem a Mario Covas e aos dez anos de construção da sede da Osesp. Fernando Henrique Cardoso, o maior defensor de Neschling junto a Serra, confirmou presença.

MANGABEIRA

"Estarei à disposição"

Depois de dias de tentativa, a coluna conseguiu breve contato com Roberto Mangabeira Unger, o novo ministro de Lula, que já pediu o impeachment do presidente, em artigo publicado em novembro de 2005. Abaixo, a conversa:

 

FOLHA - Olá, ministro, aqui é da "Folha de S.Paulo". Tudo bom?
ROBERTO MANGABEIRA UNGER - Como está? Olha, eu falarei com a imprensa quando regressar ao Brasil. Estou terminando os meus cursos [Mangabeira é professor titular de Direito em Harvard, nos EUA].

FOLHA - O senhor já disse que o governo Lula é "o mais corrupto da história". O senhor mudou de opinião?
MANGABEIRA UNGER - Não, não, não! Me desculpe, eu vou falar com a imprensa quando eu regressar ao país.

FOLHA - Está todo mundo na dúvida.
MANGABEIRA UNGER - Eu não vou falar. Mas eu estarei à disposição quando eu voltar.

BUMERANGUE
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) vão usar hoje, no julgamento da abertura da CPI do Apagão, os mesmos argumentos que o PT de São Paulo usou para defender a abertura de CPIs contra os governos tucanos do Estado: a do direito das minorias parlamentares instalarem comissões de investigação sem se submeterem ao interesse da maioria. O PT paulista teve sucesso: o STF determinou a instalação das CPIs. "E agora vamos fazer o mesmo. Não tem jeito", afirma um ministro do Supremo.

COMPASSO
Começa a se desenhar o cenário provável das eleições para o comando do Ministério Público de SP, no ano que vem.

 

Da turma do atual procurador-geral, Rodrigo Pinho, despontam os nomes de José Oswaldo Molineiro e Paulo Afonso Garrido de Paula. Carlos Henrique Mund, que ficou em terceiro lugar na eleição do ano passado, "provavelmente" não deve concorrer, segundo o próprio -o que fortaleceria, na oposição, a possível candidatura de Luís Daniel Pereira Cintra, que ficou em segundo.

BOLO
De quatro ministros anunciados como estrelas do Fórum Empresarial de Comandatuba, organizado pelo empresário João Doria Jr. no fim de semana, na Bahia, três deram bolo: Fernando Haddad (Educação), Paulo Bernardo (Planejamento) e Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais). Só o baiano Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) apareceu. Nos últimos meses, o site do evento anunciou que "Guido Mantega, Tarso Genro e Hélio Costa (...) confirmaram presença". Mas eles também recusaram o convite.

ELE VEM
Doria, que apoiou Geraldo Alckmin contra Lula em 2006 e "falou umas barbaridades do presidente", de acordo com um dos ministros que deu bolo, não acredita em boicote. "O Henrique Meirelles [presidente do Banco Central] foi, o Mercadante e o governador Jacques Wagner", diz Doria. Wagner até teria garantido a ele que Lula vai ao próximo encontro empresarial, em 2008.

DOAÇÃO
No Fórum, Jorge Gerdau fez a maior doação: R$ 600 mil para o Instituto Ayrton Senna.

QUERIDO
E o novo darling do empresariado paulista é o ministro Fernando Haddad, da Educação: foi em torno dele o jantar oferecido anteontem por Milú Villela, do Itaú, com a presença de Pedro Moreira Salles, do Unibanco, Fábio Barbosa, do ABN Amro, Armando Monteiro, da CNI, entre outros. Todos fazem parte de um movimento pela educação no Brasil.

ROÇA
Gilberto Gil prepara festão de 65 anos e 25 de casado com Flora Gil, em junho.

SÃO PAULO, AÍ VOU EU
Pelos cálculos da Parada Gay, a região Nordeste deve emplacar o maior número de turistas no evento, marcado para junho.

VIDA NOVA
Eduardo Guedes, recém-separado de Eliana, está morando em um flat. A casa onde os dois viviam é dela.

CERIMONIAL
Lula foi convidado para a primeira festa do centenário da atriz Dercy Gonçalves, amanhã (o aniversário dela é no dia 23 de junho).

CURTO-CIRCUITO

A EXPOSIÇÃO "É BRASIL", com fotos de André Chassot, tem abertura hoje, no Museu da Imagem e do Som.
DANIEL ALVIM E MAURÍCIO DE BARROS fazem leitura cênica de peça de Mario Viana, hoje, no CCBB.
A CANTORA NEUZA PINHEIRO faz show de lançamento do disco "Olodango", hoje, no Sesc Vila Mariana.
A FUNDAÇÃO STICKEL inaugura a mostra "Som, Cor e Forma", hoje, na sede da associação Carpe Diem, em Moema.
A SOMMELIER ALEXANDRA CORVO ministra palestra com degustação de vinhos, hoje, a partir das 16h, na Expovinis.
GIOVANA DIAS promove coquetel de inauguração de seu ateliê de peças em crochê, hoje, no Jardim Paulistano.
O ADVOGADO MAURÍCIO DE OLIVEIRA participa de seminário da Associação Internacional de Marcas, em Chicago.
com DANIEL BERGAMASCO, AUDREY FURLANETO E LUISA ALCANTARA E SILVA

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