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"Tentei ser justo", diz Stone sobre o recém-lançado "W."
Em telão de evento promovido pela Folha, o diretor falou à plateia sobre seu filme acerca do governo George W. Bush
Ao público, cineasta disse que deu "ao
personagem o benefício da dúvida. A intenção não foi realizar
um ataque à figura dele"
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
O diretor americano Oliver
Stone respondeu por cerca de
30 minutos a questões feitas
pela plateia da pré-estreia de
"W.", longa de ficção que reconstitui o governo do presidente George W. Bush, em
evento promovido pela Folha,
anteontem, no Cine Bombril.
Bem-humorado, o cineasta
apareceu numa janela do programa de comunicação Skype
projetada na tela grande da sala
e respondeu a todas as questões que foram intermediadas
pela repórter Sylvia Colombo.
Sobre a abordagem de "W.",
considerada condescendente
pelo público, disse: "Tentei ser
justo, historicamente. Dei ao
personagem o benefício da dúvida. A intenção não foi realizar
um ataque à figura dele, mas
esclarecer, retratar a ignorância e explicar como aquele grupo de pessoas desqualificadas
ocupou o poder nos EUA".
Stone também se posicionou
frente às críticas sobre a distância histórica do tema, próximo demais para uns, passado já
superado para outros. "Era urgente realizar o filme antes do
fim do segundo mandato porque vivemos um momento político delicado e, mesmo que
ele não ocupe mais a presidência, os efeitos do seu governo,
como a crise econômica e a intervenção militar no Iraque e
no Afeganistão, continuam determinantes", esclareceu.
Detalhes sobre a reconstituição cênica e de características
do personagem, a escolha de
Josh Brolin para o papel, o modo como o filme explora o relacionamento entre W. e seu pai,
George Bush, e a ausência de
referências explícitas a companhias petrolíferas foram os temas sugeridos pelo público.
Stone falou ainda sobre seu
documentário sobre Hugo
Chávez, para o qual já filmou
entrevistas com presidentes
sul-americanos, incluindo Lula. Ele diz querer "retratar de
modo positivo o projeto bolivariano do governante venezuelano e corrigir a visão distorcida dele que a mídia dos EUA
impõe ao público".
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