São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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"Tentei ser justo", diz Stone sobre o recém-lançado "W."

Em telão de evento promovido pela Folha, o diretor falou à plateia sobre seu filme acerca do governo George W. Bush

Ao público, cineasta disse que deu "ao personagem o benefício da dúvida. A intenção não foi realizar um ataque à figura dele"


CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

O diretor americano Oliver Stone respondeu por cerca de 30 minutos a questões feitas pela plateia da pré-estreia de "W.", longa de ficção que reconstitui o governo do presidente George W. Bush, em evento promovido pela Folha, anteontem, no Cine Bombril.
Bem-humorado, o cineasta apareceu numa janela do programa de comunicação Skype projetada na tela grande da sala e respondeu a todas as questões que foram intermediadas pela repórter Sylvia Colombo.
Sobre a abordagem de "W.", considerada condescendente pelo público, disse: "Tentei ser justo, historicamente. Dei ao personagem o benefício da dúvida. A intenção não foi realizar um ataque à figura dele, mas esclarecer, retratar a ignorância e explicar como aquele grupo de pessoas desqualificadas ocupou o poder nos EUA".
Stone também se posicionou frente às críticas sobre a distância histórica do tema, próximo demais para uns, passado já superado para outros. "Era urgente realizar o filme antes do fim do segundo mandato porque vivemos um momento político delicado e, mesmo que ele não ocupe mais a presidência, os efeitos do seu governo, como a crise econômica e a intervenção militar no Iraque e no Afeganistão, continuam determinantes", esclareceu.
Detalhes sobre a reconstituição cênica e de características do personagem, a escolha de Josh Brolin para o papel, o modo como o filme explora o relacionamento entre W. e seu pai, George Bush, e a ausência de referências explícitas a companhias petrolíferas foram os temas sugeridos pelo público.
Stone falou ainda sobre seu documentário sobre Hugo Chávez, para o qual já filmou entrevistas com presidentes sul-americanos, incluindo Lula. Ele diz querer "retratar de modo positivo o projeto bolivariano do governante venezuelano e corrigir a visão distorcida dele que a mídia dos EUA impõe ao público".


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