São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Museu da Pampulha fecha por falta de verba

Acervo inclui Di Cavalcanti, Portinari e Guignard; Prefeitura de Belo Horizonte promete liberação de R$ 280 mil nesta semana

PAULO PEIXOTO

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE


O MAP (Museu de Arte da Pampulha) fechou suas portas anteontem alegando falta de liberação de recursos previstos no orçamento da Fundação Municipal de Cultura, da Prefeitura de Belo Horizonte, a que o museu pertence.
Sem recursos para exposições, não há como manter o museu aberto, segundo a diretora do MAP, Priscila Freire. Nem mesmo expor o acervo, de quase mil obras, seria possível.
Como não há espaço suficiente para combinar a exposição permanente com as itinerantes, disse ela, o acervo tem que ser montado e desmontado. Para expô-lo, são necessários cerca de R$ 45 mil.
Neste acervo estão pinturas, gravuras, desenhos e esculturas de artistas como Di Cavalcanti, Cândido Portinari, Volpi e Iberê Camargo e Guignard. O museu funciona no antigo cassino da cidade, construção dos anos 40 do arquiteto Oscar Niemeyer, obra que integra o conceituado conjunto arquitetônico da Pampulha.
O anúncio do fechamento ocorreu de forma silenciosa. Foram artistas que deram o alerta, circulando pela internet nos últimos dias uma carta cobrando explicações e protestando contra a prefeitura.
A diretora de Planejamento da Fundação Mineira de Cultura, Edilane Carneiro, rebateu a informação dos artistas de que faltam recursos da prefeitura para o museu e disse que ainda nesta semana R$ 280 mil para exposições serão liberados.
A Fundação nega a liberação por conta da manifestação dos artistas. Segundo Carneiro, o atraso foi porque a Associação dos Amigos do MAP, com que a prefeitura tem convênio, teve que refazer a prestação das contas devido a erros.
"Foi isso o que comprometeu. Não procede a informação de que a prefeitura não está custeando. É desinformação."
Os recursos anuais para o MAP custear exposições têm sido, em média, de R$ 470 mil, segundo Freire. Até o último final de semana o MAP abrigava duas exposições sem custo nenhum.


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Artes: é roubada de casa na Suécia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.