São Paulo, sexta-feira, 25 de maio de 2007

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THIAGO NEY

Justin e rock caipira

Timberlake é o popstar por excelência: canta, dança e, como ator, convence; no Brasil, bandas "vão ao campo"

ATUALMENTE EM cartaz no Brasil, "Alpha Dog" recebeu críticas variadas tanto aqui quanto nos Estados Unidos. As críticas normalmente acertam o diretor Nick Cassavetes, que trataria com certa frivolidade o drama (real) do garoto de classe média seqüestrado por outros garotos de classe média, que querem tirar uma grana do irmão do refém. Já os elogios vão na direção de Justin Timberlake.
O passado na "boy band" N'Sync faz muita gente virar as costas para o cantor. Bobagem.
Como cantor, ele é não apenas talentoso mas esperto -sabe se associar com gente boa. No primeiro disco, "Justified", foram os Neptunes; no segundo, "FutureSex/LoveSounds", foi Timbaland.
Justin Timberlake é boa-pinta, charmoso e sabe dançar. Ou seja: nas apresentações ao vivo, funciona.
Como ator, Timberlake não é nenhuma Madonna. Em "Alpha Dog", seu personagem é a melhor coisa do filme. Ele está também em "Southland Tales", novo filme de Richard Kelly (diretor do ultracult "Donnie Darko") e em "Black Snake Moan", com Samuel L. Jackson, em que é namorado de Christina Ricci.
Em "Black Snake Moan", Timberlake está convincente e mostra talentos consideráveis como ator (ainda não vi esse filme; os elogios são do "New York Times" e "USA Today").
Timberlake é, também, engraçado. No final do ano passado, participou do "Saturday Night Live". Fez uma música, "Dick in a Box", especialmente para um dos quadros do programa, ao lado do comediante Andy Samberg. A música ultrapassou o "Saturday Night Live"; virou hit, foi tocada nas rádios e, por insistência do público, teve de ser incluída nos shows do cantor. Dá para ver no YouTube (digite "Justin Timberlake Andy Samberg SNL").
Recentemente, Madonna o convidou para produzir algumas canções com ela. Justin Timberlake tornou-se um popstar por excelência.

 

O novo rock brasileiro migrou para o campo. Dois dos mais criativos discos lançados recentemente no país soltam um cheirinho de mato.
Um é "Seres Verdes ao Redor", dos cariocas Supercordas. É como se os Beach Boys tivessem crescido não na Califórnia, mas em Barretos. Tocam hoje em São Paulo, no clube Berlim (tel. 0/xx/11/3392-4594).
O outro é o álbum de estréia dos paranaenses Charme Chulo. Pós-punk caipira de letras bem-feitas, músicas que fogem do lugar-comum que assola o rock. Dá para escutar faixas como "Mazzaropi Incriminado", "Polaca Azeda", "Romaria dos Desvalidos" e "Solito a Reinar" em www.charmechulo.com.br.
 

A noite paulistana está retrô hoje. No D-Edge (tel. 0/xx/11/3666-9022), tem o suíço Sasha Crnobrnja, da dupla In Flagranti, que cria músicas a partir de samples de faixas disco e pós-punk. E no Glória (0/xx/11/3287-3700) tem a dupla britânica Noblesse Oblige. Electro-art-rock -é como são definidos os sets do duo.

thiago@folhasp.com.br


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