RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O documentário "Os Verdadeiros Caçadores de Tumbas" não só é bem-feito como também é altamente necessário para eliminar uma noção que cinema e videogames difundem: a de que o arqueólogo é basicamente um ladrão de sepulturas. O título lembra o famoso jogo de computador "Tomb Raider" e é escrito com as letras no estilo dos filmes de Indiana Jones. Mas o programa mostra as verdadeiras fontes de inspiração por trás desses ícones pop. Ok, no passado havia quem praticasse uma "arqueologia da dinamite". O explorador europeu pouco se distinguia do ladrão de tumbas local. Já os arqueólogos de hoje buscam as informações que os objetos revelam, atentando para a preservação dos mesmos.
Um bom exemplo é o egípcio Zahi Hawass, diretor de escavação das pirâmides de Gizé, que lembra que o ar das tumbas pode ser perigoso, repleto de micróbios ou substâncias tóxicas (aí está a verdadeira origem das "maldições dos faraós"). E também podem existir armadilhas, como nos videogames, para evitar justamente os ladrões. É comum achar esqueletos de salteadores dentro de tumbas com essas armadilhas, segundo Hawass. Além do Egito, mostram-se escavações na América Central e a investigação pioneira do deserto de Gobi (Mongólia).