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Crítica
Woody Allen filma a cegueira dos diretores
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Dirigindo no Escuro" (Telecine Cult, 23h45) não é um
filme inteiramente bem-sucedido, na medida em que não está à altura do conceito que
Woody Allen pretende desenvolver.
A história diz respeito a um
diretor de cinema que tem uma
crise de cegueira bem no momento em que começa a fazer
um filme. Quer dizer, Woody
pretende nos dizer que, hoje
em dia, não faz muita diferença
o diretor ver ou não as coisas:
no fundo, a maioria da categoria é composta de cegos.
O "qualquer coisa" cinematográfico pode ser espantoso. O
brasileiro pode ser um pouco
mais (parece que sempre exorbitamos nos defeitos). Este é o
caso das honrarias recebidas
por "A Festa de Margarette"
(Canal Brasil, 9h30), singela
tentativa de mimetizar as antigas comédias burlescas mudas.
Um filme mudo no século
21? Por quê? É mais ou menos
que nem adotar a carroça como
meio de transporte nos dias de
hoje: ou você é um gênio, ou
não funciona.
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