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Haneke muda o tom e arrebata Cannes
Austríaco leva Palma de Ouro em festival, que terminou ontem
Valery Hache/France Presse
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Austríaco leva Palma de Ouro em festival, que terminou ontem
SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
Foi um longo abraço. De um
lado, a atriz francesa Isabelle
Huppert, contornando a imagem pública que associa a frieza
à sua personalidade. Do outro,
o cineasta austríaco Michael
Haneke, que disse a ela: "Eu te
agradeço mil vezes".
Minutos antes de os dois se
entrelaçarem, ontem, no palco
do Teatro Lumière, onde ocorreu a cerimônia de premiação
do 62º Festival de Cannes,
Huppert, na qualidade de presidente do júri, disse: "É com
certa emoção que eu anuncio a
Palma de Ouro para "The White
Ribbon" (a fita branca)".
Depois de cinco tentativas
frustradas, Haneke finalmente
ganhou o prêmio.
Dirigida por ele em "A Professora de Piano", Huppert recebeu em 2001 seu segundo
prêmio de melhor atriz em
Cannes. Presidindo o júri desta
edição, ela disse ter premiado
"um filme extraordinário".
Situado na Alemanha, às vésperas da eclosão da Primeira
Guerra, rodado em preto e
branco, o filme é uma reflexão
sobre a gênese dos totalitarismos. Também representa uma
mudança estilística na obra do
diretor, que fez, desta vez, um
trabalho sóbrio e contido.
"Haneke tem um estilo ético.
Nesse filme, num tom diferente, ele novamente vai longe na
alma humana", disse Huppert.
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