São Paulo, segunda-feira, 25 de maio de 2009

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Michael Haneke abre mão da violência em filme premiado

DA ENVIADA A CANNES

É numa vila protestante da Alemanha, às vésperas da Primeira Guerra, que se desenrola a trama de "The White Ribbon", filme de Michael Haneke que venceu a Palma de Ouro.
Um acidente a cavalo com o médico do povoado abre a história. A queda foi provocada. Ao longo de um ano, mais incidentes envolvendo os filhos de outros expoentes da comunidade virão perturbar o sossego dos moradores. Não há indícios do autor dos crimes. A população acredita que os filhos estão pagando pelos pecados dos pais.
Saber quais são esses pecados é um desafio. O crime, na visão do cineasta, era a única saída possível para as crianças de seu filme "que tentam internalizar valores absolutistas". "Aqueles que seguem ao pé da letra uma conduta, terminam por punir os demais, que não vivem assim. Disso advém toda forma de terrorismo", diz.
Haneke filmou em preto e branco porque queria ser fiel à iconografia do período, "toda ela em preto e branco", aponta.
Quando sua obra foi comparada à do sueco Ingmar Bergman, o diretor austríaco disse: "Prefiro que seja visto como um filme hanekiano, não como um filme bergmaniano".
"The White Ribbon", no entanto, marca uma mudança no registro do cineasta, como notou a presidente do júri, Isabelle Huppert. Aqui, Haneke abre mão de realçar a violência, embora haja muito dela na trama.

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