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Michael Haneke abre mão da violência em filme premiado
DA ENVIADA A CANNES
É numa vila protestante da
Alemanha, às vésperas da Primeira Guerra, que se desenrola
a trama de "The White Ribbon", filme de Michael Haneke
que venceu a Palma de Ouro.
Um acidente a cavalo com o
médico do povoado abre a história. A queda foi provocada. Ao
longo de um ano, mais incidentes envolvendo os filhos de outros expoentes da comunidade
virão perturbar o sossego dos
moradores. Não há indícios do
autor dos crimes. A população
acredita que os filhos estão pagando pelos pecados dos pais.
Saber quais são esses pecados é um desafio. O crime, na
visão do cineasta, era a única
saída possível para as crianças
de seu filme "que tentam internalizar valores absolutistas".
"Aqueles que seguem ao pé da
letra uma conduta, terminam
por punir os demais, que não
vivem assim. Disso advém toda
forma de terrorismo", diz.
Haneke filmou em preto e
branco porque queria ser fiel à
iconografia do período, "toda
ela em preto e branco", aponta.
Quando sua obra foi comparada à do sueco Ingmar Bergman, o diretor austríaco disse:
"Prefiro que seja visto como
um filme hanekiano, não como
um filme bergmaniano".
"The White Ribbon", no entanto, marca uma mudança no
registro do cineasta, como notou a presidente do júri, Isabelle Huppert. Aqui, Haneke abre
mão de realçar a violência, embora haja muito dela na trama.
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