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Crítica
Começo de "Cleópatra" é apaixonante
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que parece mais ter entusiasmado Júlio Bressane em
"Cleópatra" (Canal Brasil,
22h, não indicado para menores de 16 anos) foi o encontro
entre César e Cleópatra, Roma
e Egito, Ocidente e Oriente.
Apenas César tem a dimensão dessa troca, da riqueza que
ela implica, da aventura que sugere. Tudo isso parece perder-se com o assassinato de César e
a chegada de Marco Antônio ao
Egito. Sua relação com Cleópatra, por apaixonada que seja, é
meramente epidérmica.
Toda a diferença está aí: Marco Antônio não entende o Egito, nem sua cultura, nem nada.
Cleópatra é apenas uma mulher atraente, para ele. Júlio
Bressane não se interessa por
ele, na verdade, ou apenas superficialmente. Daí, talvez, por
isso a primeira parte de "Cleópatra" ser apaixonante, e a segunda, muito menos.
Também hoje, a não perder,
"Boogie Nights - Prazer sem
Limites" (VH1, 23h30, não indicado a menores de 18 anos),
sobre os primórdios da indústria pornô, ainda o melhor filme de Paul Thomas Anderson.
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