São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POPLOAD

A minibanda no megafestival

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Você tem festivais com um nome de um lugar sendo realizado em outro. Você tem uma marca como a do Lollapalooza armando sua maior lista de atrações de todos os tempos (Morrissey, Pixies, Sonic Youth, PJ Harvey) e sendo cancelado por causa da irrisória venda de ingressos. E você tem o Glastonbury.
A "Mãe de Todos os Festivais", que é realizado a partir de hoje e até domingo numa fazenda gigante da Inglaterra, nunca foi tão badalada quanto neste ano.
Quando os 100 mil ingressos foram à venda, no primeiro dia de abril deste ano, nenhuma de suas quase 200 atrações estava oficialmente confirmada. Os rumores eram de que Oasis e sir Paul McCartney iriam se apresentar.
Cerca de dois milhões de pessoas tentaram comprar o ingresso para o Glasto 2004 naquela semana de abril, na venda on-line ou por telefone. No primeiro dia, foram vendidos 50 mil ingressos.
Isto é o Glastonbury. A maior quantidade de gente acampada, o maior índice de assalto e estupro registrado em tendas dos festivais da Europa, hordas de adolescentes já chegando segunda-feira para se instalar no camping quase todo ano enlameado. E, de quebra, oito palcos com todas as tendências da música jovem.
Tem astros de rock antigo, de rock muito antigo, de rock moderno, muito moderno, música eletrônica, emo, baladeiros, punks, disco velha (Sister Sledge!!), disco nova, vanguarda. E o Oasis. E a English National Opera.
Em entrevista a este colunista, nesta semana, Richard Hughes, o baterista da banda inglesa Keane, ainda uma minibanda na verdade, falou sobre ser uma atração no Glastonbury. O Keane, nome novo que tem até seu bom disco recém-lançado no Brasil ("Hopes and Fears"), usa em sua música mais piano do que guitarra. E entra no filão baladeiro de Coldplay e Travis, grosso modo.
"Não tenho dormido por causa desse show de sábado [amanhã] no Glastonbury", disse Hughes, em um papo em meio à primeira turnê da banda pelos EUA.
"Se pensar que há dois anos a gente só ensaiava em um quarto e hoje vamos tocar no Glastonbury, é de enlouquecer. Eu já fui algumas vezes ao festival como fã. Tocar vai ser bizarro. O bom é que nosso show é cedo, então vai dar para ficar lá e ver várias atrações. Queria acampar lá e não perder nada nos três dias. Se no Brasil o sonho de um jogador é fazer parte da seleção, na Inglaterra o sonho de qualquer músico é tocar no Glastonbury ou no Reading."

The Cure no Brasil
Assim: The Cure velho no Brasil. E "The Cure" novo no Brasil.
O disco homônimo da banda do nosso amigo Robert Smith, o 13º, será lançado em São Paulo no próximo dia 29, com um evento na Fnac Pinheiros que inclui até banda cover. Mas chega a informação que está acertada uma turnê do Cure real para o início de setembro, num giro latino que inclui México, Chile e Argentina.
O acerto de datas da turnê do Cure, veja você, depende do... futebol. Os shows da turnê Cure nesses países provavelmente serão em estádios, e na época haverá jogos das Eliminatórias da Copa. Uma outra possível boa notícia: O Cure vai passar agosto excursionando pelos EUA com seu próprio festival, o Curiosa, que conta com bandas mais novas: Interpol, Rapture, Mogwai, Muse e Cooper Temple Clause.
Há a possibilidade de o Interpol ou outro desses nomes virem com o Cure pela América Latina.

lucio@uol.com.br


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Quanto mais purpurina melhor
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.