São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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TV a cabo oferece "self-service" da orientação sexual

GNT exibe minissérie sobre lesbianismo na era vitoriana; questionamento da sexualidade é tema do Canal Brasil

Diretor do festival Mix Brasil diz que há descompasso entre representação da diversidade sexual nas TVs aberta e a cabo no Brasil

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Celebrado na próxima quarta-feira, 28, o Dia do Orgulho Gay pauta, a partir de hoje, uma programação extensa na TV a cabo. No GNT, a maratona temática recebeu o nome de Semana da Diversidade Sexual. O Canal Brasil vai de Mostra Arco-Íris. E o Sony reserva para a véspera dos festejos a exibição do derradeiro "Will & Grace".
Os trabalhos começam nesta noite, às 22h, na bancada do "Marília Gabriela Entrevista", do GNT. A jornalista recebe o diretor do Mix Brasil (festival que volta as lentes para a diversidade sexual), André Fischer. É ele que escolhe o destaque da grade. "A minissérie "Amor na Ponta da Língua" faz a linha "lesbian chic", é bem sexy."
Baseada no romance de Sarah Water, a produção acompanha a transformação de uma garçonete natural de uma pacata cidade litorânea do sul inglês em dublê de atriz performática, prostituta e subjugada sadomasô. O pano de fundo é a Londres vitoriana do fim do século 19.
Da seleção preparada pelo Canal Brasil, Fischer sublinha os curtas-metragens "Vox Populi" ("tem uma pegadinha para o público hetero no final"), "Alumbramentos" ("mostra a descoberta da sexualidade de forma sensível") e "A Dama da Noite" ("básico para entender a produção gay brasileira").
O diretor do Mix Brasil aproveita a data para avaliar o espaço dedicado à diversidade sexual na TV. "Há um descompasso. No cabo, estamos bem representados. A falha é a TV aberta, que ainda não pode mostrar nem um beijo [entre pessoas do mesmo sexo]. A TV paga está em San Francisco e a aberta, no Irã."
Outro programa elogiado por Fischer, a sitcom americana "Will and Grace" se despede nesta terça. Em oito temporadas, o seriado extraiu risadas das idiossincrasias da amizade entre um advogado gay e sua melhor amiga, uma decoradora neurótica.
"Foi um marco na história das comédias. Com linguajar e temas da comunidade homossexual, trouxe para o horário nobre o humor gay, e não sobre gays", observa Fischer.


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