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Crítica
Dean e Brando vivem rebeldia do pós-guerra
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Elia Kazan podia ter lá seus
defeitos, mas ninguém até hoje,
que eu saiba, o acusou de ser
um mau diretor de atores. Hoje, duas de suas revelações aparecem nos filmes em que foram
lançados. O primeiro é James
Dean, como o adolescente sofrido de "Vidas Amargas"
(TCM, 22h), o popular "A Leste
de Eden". Depois, vem Marlon
Brando em "Uma Rua Chamada Pecado" (TCM, 0h),
mais conhecido como "Um
Bonde Chamado Desejo".
Isso não se deve apenas ao
fato de Kazan ter sido um dos
criadores do Actors Studio.
Dean e Brando representam
um tipo de sensibilidade, a dos
rebeldes ora sem (Dean, sobretudo) ora com causa (Brando,
especialmente), da juventude
do pós-guerra, descobrindo-se
num mundo reprimido, cheio
de contradições, onde o prometido sonho americano parece não se cumprir.
No mais, o canal de clássicos
da Turner hoje arrasa: às
17h50, tem "Ninotschka", de
Ernst Lubitsch, às 19h45, "As
Vinhas da Ira", de John Ford.
Não há como pedir mais.
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