JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Há restaurantes, como o Forchetta d'Oro, no bairro da Vila Nova Conceição, que deixam nos seus visitantes marcas que são mais de nostalgia do que de gastronomia -mas suficientes para fazer com que eles voltam e saiam felizes.
O Forchetta já não é mais o velho pioneiro da rua Haddock Lobo, fundado em 1976; nem a velha casa da alameda Gabriel Monteiro da Silva, aberta em 1978, numa região em que reinou quase sozinho por 20 anos, até fechar as portas.
Mas, ao mesmo tempo, é a continuidade deles. O proprietário hoje não é mais o fundador, Toshio Furihata (que no antigo endereço dos Jardins mantém uma empresa de congelados com o nome do restaurante); mas o proprietário atual, Aldo Teixeira, está na casa desde o início.
Paulista de 42 anos, ele foi garçom do primeiro Forchetta, chegando a gerente. Com a decisão de afastar-se, em 1993, Furihata vendeu-lhe a filial da Vila Nova.
Há outro vínculo de continuidade: o cardápio, que é sua força e sua fraqueza. A força, por manter um mesmo perfil de pratos há mais de uma década, alimentando de tradição uma clientela paulistana carente de antigas referências.
Fraqueza, porque, como no passado, com seus pratos do sul da Itália, tem pouca invenção -e quando tem faz receitas pomposas com misturas exageradas, sem esquecer dos flambados. Não se modernizou o cozimento excessivo dos peixes, o abuso dos molhos rôti...
Em compensação, apesar de ficar num flat, o restaurante é confortável e tem um ar convidativo e hospitaleiro, com seus garçons à moda antiga. Um mix que lhe garante um público fiel.

Cotação: $ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62).Avaliação: excelente (   ); ótimo (  ); bom ( ); regular (sem estrela)