UOL


São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA

Diretor tenta alcançar excelência americana

TIAGO MATA MACHADO
CRÍTICO DA FOLHA

Em "Kolya", o argumento (-clichê) de que partia o diretor tcheco Jan Sverák parecia concebido para concorrer ao Oscar de filme estrangeiro. Mas o cineasta, tendo vindo de uma escola de documentaristas e trabalhado em família (seu pai escreveu e protagonizou o filme), soube dar à surrada fórmula hollywoodiana do roteiro um tratamento cuja leveza e espontaneidade são características dos bons momentos da cinematografia tcheca.
Em "Num Céu Azul Escuro", Sverák parte de outra velha fórmula hollywoodiana. É mais um filme em que a Segunda Guerra Mundial serve de pano de fundo para um triângulo amoroso. Como em "Pearl Harbour", os protagonistas masculinos desse triângulo são dois aviadores. O pretexto de Sverák era recuperar a história, apagada pelo stalinismo do pós-guerra, dos tchecos que se juntaram à força aérea britânica depois da invasão de seu país pelos nazistas.
Mas o verdadeiro objetivo do diretor parece ser o de alcançar um certo padrão de excelência narrativa e um patamar de produção próprios do cinema americano. O filme, assim, é apenas mais um passo de sua carreira na Academia, uma tentativa ingênua de superar a barreira da categoria "filme estrangeiro".


Num Céu Azul Escuro
Dark Blue World
 
Direção: Jan Sverák
Produção: República Tcheca/ Inglaterra/Alemanha/Dinamarca/Itália, 2001
Com: Ondrej Vetchy, Tara Fitzgerald
Quando: a partir de hoje nos cines Belas Artes, Cineclube DirecTV e Frei Caneca Unibanco Arteplex



Texto Anterior: Cinema/estréia - "Num Céu Azul Escuro": Tcheco brinca de general em meio à Segunda Guerra
Próximo Texto: Outros lançamentos - Os embustes de Luc Besson: Coleção Luc Besson
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.