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PREMIAÇÃO
Academia tenta conter lobby no Oscar
Novas regras podem dificultar campanhas
MARCELO BERNARDES
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM NOVA YORK
Para conter manobras antiéticas nas campanhas promovidas pelos estúdios de Hollywood em busca do Oscar, a
Academia de Artes e Ciências
Cinematográficas anunciou,
no início do mês, a criação de
um novo regulamento que prevê a desqualificação de um filme da competição e a expulsão
de executivos da Academia.
O estatuto, que começou a
circular oficialmente entre os
estúdios, tem 15 regras no total.
Entre elas, a da proibição de telefonemas de lobistas para os
votantes e da distribuição de
DVDs ou fitas VHS que tragam
extras. Também ficam vetadas
festas promocionais, precedidas de discursos de atores.
"Não vamos tolerar mais abusos agora", afirmou à Folha
Frank Pierson, presidente da
Academia.
O ápice do vale-tudo das
campanhas para o Oscar ocorreu neste ano, quando o estúdio Miramax exagerou na promoção de "Gangues de Nova
York". O estúdio publicou nos
principais jornais dos EUA trechos de um artigo de Robert
Wise, no qual o diretor de
"West Side Story" dizia que
""Gangues" era inesquecível e
resumia todo o trabalho de
Scorsese". Descobriu-se depois
que se tratava de uma fraude.
Mas a Miramax não é a única
vilã. Na campanha de "Moulin
Rouge", da Fox, frases de Wise
e de Stanley Donen expressavam aprovação ao trabalho de
Baz Lurhmann em anúncios.
Procurados pela Folha, marqueteiros da Miramax e Universal não responderam à ligação. A um jornal de Los Angeles, Tony Angellotti, lobista da
Universal, disse que vê positivamente as novas leis. "Se um
estúdio aparecer com idéia diferente, vai ser nosso trabalho
dizer que ela não combina com
o novo regulamento e que temos que repensar a estratégia."
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