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São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

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PREMIAÇÃO

Academia tenta conter lobby no Oscar

Novas regras podem dificultar campanhas

MARCELO BERNARDES
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

Para conter manobras antiéticas nas campanhas promovidas pelos estúdios de Hollywood em busca do Oscar, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou, no início do mês, a criação de um novo regulamento que prevê a desqualificação de um filme da competição e a expulsão de executivos da Academia.
O estatuto, que começou a circular oficialmente entre os estúdios, tem 15 regras no total. Entre elas, a da proibição de telefonemas de lobistas para os votantes e da distribuição de DVDs ou fitas VHS que tragam extras. Também ficam vetadas festas promocionais, precedidas de discursos de atores. "Não vamos tolerar mais abusos agora", afirmou à Folha Frank Pierson, presidente da Academia.
O ápice do vale-tudo das campanhas para o Oscar ocorreu neste ano, quando o estúdio Miramax exagerou na promoção de "Gangues de Nova York". O estúdio publicou nos principais jornais dos EUA trechos de um artigo de Robert Wise, no qual o diretor de "West Side Story" dizia que ""Gangues" era inesquecível e resumia todo o trabalho de Scorsese". Descobriu-se depois que se tratava de uma fraude.
Mas a Miramax não é a única vilã. Na campanha de "Moulin Rouge", da Fox, frases de Wise e de Stanley Donen expressavam aprovação ao trabalho de Baz Lurhmann em anúncios.
Procurados pela Folha, marqueteiros da Miramax e Universal não responderam à ligação. A um jornal de Los Angeles, Tony Angellotti, lobista da Universal, disse que vê positivamente as novas leis. "Se um estúdio aparecer com idéia diferente, vai ser nosso trabalho dizer que ela não combina com o novo regulamento e que temos que repensar a estratégia."


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