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CINEMA
"Quis um filme para todos, sem ETs", diz Duchovny
Ator destaca importância de criação de nova trama
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS
ANGELES
Ele jura que não é trocadilho
infame com o título do filme,
mas o ator David Duchovny
quer que o interlocutor realmente acredite no que ele fala.
E ele fala pausadamente, os
miúdos olhos bem abertos,
atentos para a existência de alguma testemunha indesejada,
no melhor estilo Fox Mulder.
"Quando lançamos "Arquivo
X - O Filme", fomos instruídos a
dizer que quem não era fã da série entenderia tudo, que era
uma obra para todos. Mentira,
não era coisíssima nenhuma!
Quando conversei com Chris e
disse que queria muito fazer o
Mulder novamente, deixei claro qual era minha maior exigência: que "Eu Quero Acreditar" fosse, de fato, um filme para
todos, sem discos voadores,
sem ETs, sem nem mesmo começar com o fim do anterior.
Esta é a mais pura verdade, a
não ser que eu esteja mentindo
novamente, claro", brinca.
Para Duchovny, só haveria
sentido fazer um novo filme se
ele funcionasse como uma edição luxuosa de uma das primeiras aventuras da série. Não a
simples exportação de um episódio para a tela grande, mas a
criação de um enredo novo, que
focasse a história na relação
dos dois personagens seis anos
depois do fim da série.
A dupla, aliás, se beija apaixonadamente em uma demorada
seqüência do filme.
"Agora ninguém pode mais
reclamar. Só acho importante
lembrar que Mulder e Scully
não estão fadados, creio, a nenhum final feliz, mesmo em
virtuais seqüências, que estamos abertos a fazer. Os dois são
muito mais interessantes justamente porque são criaturas
sombrias. E, para falar a verdade, beijar o David foi muito,
muito estranho mesmo", diz
Gillian Anderson, antes de uma
gostosa gargalhada.
"Aura perdida"
Em seu surto de sinceridade,
Duchovny segue lembrando
que "nas últimas temporadas,
já não agüentávamos mais fazer a série. Acho que o público
sabe quando um ator está fazendo algo com paixão. Tem
uma aura que havíamos perdido e que tenho certeza absoluta
de que está de volta em "Eu
Quero Acreditar'".
Duchovny ainda conta que,
apesar do papo-cabeça sobre
auras, não é um crente. "Não
concordo com a administração
de Bush, que resolveu impor a
idéia absurda de que conhecimento científico é algo relativo.
Por favor, escreva que David
Duchovny é um norte-americano que acredita na objetividade." Fica registrado.
(EG)
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