São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2008

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CINEMA

"Quis um filme para todos, sem ETs", diz Duchovny

Ator destaca importância de criação de nova trama

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

Ele jura que não é trocadilho infame com o título do filme, mas o ator David Duchovny quer que o interlocutor realmente acredite no que ele fala.
E ele fala pausadamente, os miúdos olhos bem abertos, atentos para a existência de alguma testemunha indesejada, no melhor estilo Fox Mulder.
"Quando lançamos "Arquivo X - O Filme", fomos instruídos a dizer que quem não era fã da série entenderia tudo, que era uma obra para todos. Mentira, não era coisíssima nenhuma! Quando conversei com Chris e disse que queria muito fazer o Mulder novamente, deixei claro qual era minha maior exigência: que "Eu Quero Acreditar" fosse, de fato, um filme para todos, sem discos voadores, sem ETs, sem nem mesmo começar com o fim do anterior. Esta é a mais pura verdade, a não ser que eu esteja mentindo novamente, claro", brinca.
Para Duchovny, só haveria sentido fazer um novo filme se ele funcionasse como uma edição luxuosa de uma das primeiras aventuras da série. Não a simples exportação de um episódio para a tela grande, mas a criação de um enredo novo, que focasse a história na relação dos dois personagens seis anos depois do fim da série.
A dupla, aliás, se beija apaixonadamente em uma demorada seqüência do filme.
"Agora ninguém pode mais reclamar. Só acho importante lembrar que Mulder e Scully não estão fadados, creio, a nenhum final feliz, mesmo em virtuais seqüências, que estamos abertos a fazer. Os dois são muito mais interessantes justamente porque são criaturas sombrias. E, para falar a verdade, beijar o David foi muito, muito estranho mesmo", diz Gillian Anderson, antes de uma gostosa gargalhada.

"Aura perdida"
Em seu surto de sinceridade, Duchovny segue lembrando que "nas últimas temporadas, já não agüentávamos mais fazer a série. Acho que o público sabe quando um ator está fazendo algo com paixão. Tem uma aura que havíamos perdido e que tenho certeza absoluta de que está de volta em "Eu Quero Acreditar'".
Duchovny ainda conta que, apesar do papo-cabeça sobre auras, não é um crente. "Não concordo com a administração de Bush, que resolveu impor a idéia absurda de que conhecimento científico é algo relativo. Por favor, escreva que David Duchovny é um norte-americano que acredita na objetividade." Fica registrado.
(EG)



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