São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011 |
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Razões Inversas faz 21 anos e monta clássico de Corneille Cia. estreia 'A Ilusão Cômica', do importante dramaturgo francês do séc. 17 Com referências a Platão, peça conta história de homem que recorre a um mágico para encontrar o filho GABRIELA MELLÃO DE SÃO PAULO A celebração dos 21 anos da Cia. Razões Inversas começou com a inauguração, há cerca de um mês, da primeira sede do grupo, depois de uma vida de nomadismo. A estreia da peça "A Ilusão Cômica", que acontece amanhã, em São Paulo, dá continuidade às comemorações. Escrita no século 17 por um dos principais dramaturgos franceses, Pierre Corneille (1606-1684), o espetáculo é inédito no país. Desde que fundou sua cia. com alunos da primeira turma do curso de artes cênicas da Unicamp, o diretor Marcio Aurelio anseia por montá-la. "O texto é uma grande homenagem ao teatro", diz. "A Ilusão Cômica" conta a história de Prindamante, homem que recorre a um mágico para descobrir o paradeiro de Clindor, seu filho. O mago surge de uma caverna, numa referência à obra de Platão ("Mito da Caverna" em que o homem se liberta do universo sombrio da caverna e encontra a luz do exterior, numa metáfora sobre a conquista da razão. Na peça, o mago declara a Prindamante: "Você poderá ver a vida de seu filho por meio de espectros parecidos com corpos cheios de vida". Ele, então, assiste à trajetória do filho como se estivesse numa peça de teatro. Corneille usa a metalinguagem -o teatro dentro do teatro- para retratar a mesma iluminação evocada por Platão. "Ignorava o brilho do teatro, seu valor, sua magia", confessa o personagem transformado pelo que presenciou. Através de "A Ilusão Cômica", Corneille liberta o teatro de suas convenções. Rompe com as unidades de tempo, espaço e ação previstas no modelo aristotélico que vigorava. Também inova ao fazer uma salada com os gêneros, misturando atos cômicos, dramáticos e trágicos. O diretor define o personagem Clindor como um "Macunaíma francês", um herói sem caráter capaz de tirar o máximo proveito possível de cada acontecimento que atravessa seu caminho. "O personagem não tem questões morais. Busca somente satisfação imediata", explica Paulo Marcello, que interpreta Clindor. Ele divide o palco com Joca Andreazza, da Cia., e com atores convidados, como Lavínia Pannunzio. A ILUSÃO CÔMICA QUANDO sex. e sáb., às 19h30, dom., às 18h; até 30/10 ONDE CCBB (r. Álvares Penteado, 112, tel. 0/xx/11/3113-365) QUANTO R$ 10 CLASSIFICAÇÃO 12 anos Texto Anterior: Festival em Brasília destaca peça mexicana Próximo Texto: Crônicas de Gerald Thomas abordam teatro, iPod e açaí Índice | Comunicar Erros |
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