São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2000

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Mostra reúne obras de Picasso, Malfati e Miró
Papel de artista

Divulgação
JOAN MIRÓ "Personagem Atirando uma Pedra num Pássaro", obra com a técnica de guache sobre papel composta pelo pintor catalão em 1926


FERNANDA CIRENZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Das cerca de 4.500 obras em papel do acervo do MAC (Museu de Arte Contemporânea), foram selecionadas 200 para a mostra "O Papel da Arte", que será inaugurada hoje no prédio da Fiesp.
São gravuras, pinturas e desenhos em nanquim, carvão, guache, aquarela, pastel, grafite. Em comum, o suporte papel e a reunião de 50 nomes representativos da arte brasileira e do exterior.
Da seleção nacional, o desenho "Torso/Ritmo", de Anita Malfati (1889-1964), de 1915-16, é a obra mais antiga do evento. Impressionante a participação do modernista Flávio de Carvalho (1899-1973), com a série "Minha Mãe Morrendo", de nove desenhos a carvão, da década de 40.
Há trabalhos de Iberê Camargo (1914-94), Lasar Segall (1891-1957), Leonilson (1957-93) e Oswaldo Goeldi (1895-1961).
A ala internacional agrega obras de Pablo Picasso (1881-1973) -a gravura "Corrida: o Picador"- e Joan Miró (1893-1983) -com um guache surrealista. Marc Chagall (1887-1985) e Robert Rauschenberg compõem esse módulo.
"A idéia da exposição não é excepcional, mas é, sem dúvida, fora do comum", afirmou José Teixeira Coelho Netto, diretor do MAC e curador da mostra.
O maior patrimônio do museu é formado por peças trabalhadas sobre o papel. Representam 75% do acervo catalogado pela instituição, que é de 6.000 obras.
Segundo Teixeira Coelho, trabalhos em papel por um artista que também se dedica ou se dedicou à pintura a óleo pode valer até 200 vezes menos que uma tela.
Teixeira Coelho, no entanto, não leva em consideração, nesse cálculo, que gravuras são reproduzidas, enquanto a tela, não.
"O Papel da Arte" traz ainda obras de três artistas contemporâneos mineiros que usam, é claro, o papel. Esse segmento da exposição teve a curadoria de Martin Grossmann, vice-diretor do MAC. São eles Nydia Negromonte, 35, Marconi Drummond e Roberto Bethônico, ambos com 34.
Nydia apresenta uma colagem de folhas de papel-arroz, em que a matéria-prima deixa de ser o suporte e passa a ser a obra. Bethônico mostra um painel composto de pequenas lentes, por onde se vê imagens fotográficas de paisagens. A obra de Drummond parte do rasgo de um painel com serra elétrica. Nele, o artista encrava o papel com um filete de chumbo.
A mostra no prédio da Fiesp não acaba aí. Tadeu Chiarelli, curador do MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo, também participa com uma nova edição do programa do MAC chamado "Obra em Contexto".
Em "Disciplinando Soulages", Chiarelli aproxima o trabalho de Mônica Nador, artista contemporânea, ao de Pierre Soulages, renomado abstracionista da chamada Escola de Paris.


Exposição: "O Papel da Arte"
Onde: Centro Cultural Fiesp (av. Paulista, 1.313, tel. 0/xx/11/284-3639, Cerqueira César, São Paulo)
Quando: hoje, às 19h (abertura). De 26 de setembro a 28 de janeiro de 2001
Horário: de terça a domingo, das 9h às 19h


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