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São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2003

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Todas as terras do nunca

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1980 os pesquisadores Alberto Manguel e Gianni Guadalupi espantaram a Terra, e outros tantos 1.500 "planetas", com o lançamento de um portentoso guia de viagens impossíveis. Eles publicaram nos Estados Unidos um "Dicionário dos Lugares Imaginários", que descrevia com todas as filigranas, e usando só referências literárias, centenas de locais que só existiram no reino do faz-de-conta.
Mais de duas décadas depois, o "atlas" mais acurado já feito de terras como Oz, Shangrilá, Terra do Nunca ou a fundadora Utopia, de Thomas Morus, chega agora ao imaginário brasileiro. A Companhia das Letras lança na próxima semana a versão nacional do catatau, com nada mais, nada menos do que 1.227 verbetes.
A viagem vai da Abadia de "O Nome da Rosa" até Zuy, "próspero reino de elfos, na Holanda", criada pela contemporânea Sylvia Warner; vai do latino Ovidio (43 a.C.- 18d.C.) ao Parque dos Dinossauros, de Michael Crichton, e à Hogwarts de Harry Potter. E o atlas passa pelo Patropi, com a incorporação, na versão brasileira, de oito "utopias" nacionais e uma portuguesa.
Dessas centenas de "terras do nunca" ficaram de fora alguns territórios clássicos do imaginário. Todos os paraísos, infernos e quejandos, incluindo os de Dante, todos os lugares claramente decalcados na realidade, como a Yoknapatawpha, de William Faulkner, e as utopias futuristas, como a cidade do Big Brother de George Orwell. "Foi questão de economia", explicou à Folha o argentino-canadense Alberto Manguel, autor do clássico "Uma História da Leitura".


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