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Todas as terras do nunca
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1980 os pesquisadores Alberto Manguel e Gianni Guadalupi espantaram a Terra, e outros
tantos 1.500 "planetas", com o
lançamento de um portentoso
guia de viagens impossíveis.
Eles publicaram nos Estados
Unidos um "Dicionário dos Lugares Imaginários", que descrevia
com todas as filigranas, e usando
só referências literárias, centenas
de locais que só existiram no reino do faz-de-conta.
Mais de duas décadas depois, o
"atlas" mais acurado já feito de
terras como Oz, Shangrilá, Terra
do Nunca ou a fundadora Utopia,
de Thomas Morus, chega agora
ao imaginário brasileiro. A Companhia das Letras lança na próxima semana a versão nacional do
catatau, com nada mais, nada menos do que 1.227 verbetes.
A viagem vai da Abadia de "O
Nome da Rosa" até Zuy, "próspero reino de elfos, na Holanda",
criada pela contemporânea Sylvia
Warner; vai do latino Ovidio (43
a.C.- 18d.C.) ao Parque dos Dinossauros, de Michael Crichton, e
à Hogwarts de Harry Potter. E o
atlas passa pelo Patropi, com a incorporação, na versão brasileira,
de oito "utopias" nacionais e uma
portuguesa.
Dessas centenas de "terras do
nunca" ficaram de fora alguns territórios clássicos do imaginário.
Todos os paraísos, infernos e quejandos, incluindo os de Dante, todos os lugares claramente decalcados na realidade, como a Yoknapatawpha, de William Faulkner, e as utopias futuristas, como
a cidade do Big Brother de George
Orwell. "Foi questão de economia", explicou à Folha o argentino-canadense Alberto Manguel,
autor do clássico "Uma História
da Leitura".
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