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"Atlas" ganha "utopias" brasileiras
DA REPORTAGEM LOCAL
Na edição original do "Dicionário dos Lugares Imaginários", o
Brasil já estava presente. Não com
seu corpinho sul-americano, mas
na versão "mítica" Brazil, "ilha na
mesma latitude do sul da Irlanda"
que "consiste em um grande anel
de terra em torno de um mar interior pontilhado de ilhotas".
Na versão brasileira do "atlas", a
ilha imaginada em 1325 pelo italiano Angelinus Dalorto ganha
companhias aí sim vindas do Brasil tropical.
Tradutor e adaptador do livro, o
escritor Pedro Maia Soares adicionou oito verbetes verde-amarelos: o Ateneu, de Raul Pompéia,
a Antares, de Erico Verissimo, a
Pasárgada, de Bandeira, o Sítio do
Pica-Pau Amarelo, de Lobato, a
Tubiacanga, de Lima Barreto, o
Liso do Sussuarão e as Veredas
Mortas, de Guimarães Rosa, e a
recente Ilha do Pavão (1997), de
João Ubaldo Ribeiro.
O sítio mais famoso da literatura infantil brasileira, por exemplo,
virou "propriedade rural de não
mais de cem alqueires de terra rica em petróleo, situada em lugar
bonito do interior do Brasil", propriedade de "dona Benta Encerabodes de Oliveira", e assim vai.
Além dos lugares imaginários
da terra de Macunaíma, cuja selva
ficou de fora, entrou na versão
atual uma utopia portuguesa.
É na "Ilha de Vênus", de Luís de
Camões, onde se caçam "ninfas
belas, sedutoras e seminuas" que
Pedro Maia Soares brinca que
gostaria de ficar. É o "repouso do
guerreiro", diverte-se.
(CEM)
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