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São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2003

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"Atlas" ganha "utopias" brasileiras

DA REPORTAGEM LOCAL

Na edição original do "Dicionário dos Lugares Imaginários", o Brasil já estava presente. Não com seu corpinho sul-americano, mas na versão "mítica" Brazil, "ilha na mesma latitude do sul da Irlanda" que "consiste em um grande anel de terra em torno de um mar interior pontilhado de ilhotas".
Na versão brasileira do "atlas", a ilha imaginada em 1325 pelo italiano Angelinus Dalorto ganha companhias aí sim vindas do Brasil tropical.
Tradutor e adaptador do livro, o escritor Pedro Maia Soares adicionou oito verbetes verde-amarelos: o Ateneu, de Raul Pompéia, a Antares, de Erico Verissimo, a Pasárgada, de Bandeira, o Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Lobato, a Tubiacanga, de Lima Barreto, o Liso do Sussuarão e as Veredas Mortas, de Guimarães Rosa, e a recente Ilha do Pavão (1997), de João Ubaldo Ribeiro.
O sítio mais famoso da literatura infantil brasileira, por exemplo, virou "propriedade rural de não mais de cem alqueires de terra rica em petróleo, situada em lugar bonito do interior do Brasil", propriedade de "dona Benta Encerabodes de Oliveira", e assim vai.
Além dos lugares imaginários da terra de Macunaíma, cuja selva ficou de fora, entrou na versão atual uma utopia portuguesa.
É na "Ilha de Vênus", de Luís de Camões, onde se caçam "ninfas belas, sedutoras e seminuas" que Pedro Maia Soares brinca que gostaria de ficar. É o "repouso do guerreiro", diverte-se. (CEM)


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