São Paulo, segunda-feira, 25 de outubro de 2004

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"EXÍLIOS"

Tony Gatlif conduz câmera viajante

CLAUDIO SZYNKIER
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um filme sobre identidade, familiar e continental, nessa Europa ainda rascunhada e insegura nas bases de um projeto novo. Amantes saem da França rumo a Argel, em busca de suas raízes.
Inconseqüência e excitação no ato de atravessar -Europa e o deserto já como imensidão islâmica- geram o tom da obra.
Aqui, ambientes verdadeiros são transformados em cenários, peças cujo efeito está associado ao "estar" dos personagens: "Exílios" é regido por impulsos, que captam, ou inseminam, o que há de artificial, cenográfico ou coreográfico no realismo.
Gatlif trata o cinema mesmo como dança. O diretor opera uma usina de flutuação de cores, texturas e movimentos, e isso vale para corpos e geografia. Cada fase da viagem, ultramusicada, é uma seção temática diferente do mesmo espetáculo, com paisagens e pessoas em sutil metamorfose.
Road-movie lúdico em que a câmera é viajante encantada e organicamente alterada pelo o que ouve, toca e vê nas regiões novas que alcança e com as quais se mistura.


Exílios
Exils
    
Produção: França, 2004
Direção: Tony Gatlif
Com: Romain Duris, Lubna Azabal e Habib Cheik
Quando: hoje, às 16h (Espaço Unibanco 1); e 30/10, às 19h30 (Cine Morumbi 3)



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