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"EXÍLIOS"
Tony Gatlif conduz câmera viajante
CLAUDIO SZYNKIER
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um filme sobre identidade, familiar e continental, nessa Europa
ainda rascunhada e insegura nas
bases de um projeto novo. Amantes saem da França rumo a Argel,
em busca de suas raízes.
Inconseqüência e excitação no
ato de atravessar -Europa e o
deserto já como imensidão islâmica- geram o tom da obra.
Aqui, ambientes verdadeiros
são transformados em cenários,
peças cujo efeito está associado ao
"estar" dos personagens: "Exílios" é regido por impulsos, que
captam, ou inseminam, o que há
de artificial, cenográfico ou coreográfico no realismo.
Gatlif trata o cinema mesmo como dança. O diretor opera uma
usina de flutuação de cores, texturas e movimentos, e isso vale para
corpos e geografia. Cada fase da
viagem, ultramusicada, é uma seção temática diferente do mesmo
espetáculo, com paisagens e pessoas em sutil metamorfose.
Road-movie lúdico em que a câmera é viajante encantada e organicamente alterada pelo o que ouve, toca e vê nas regiões novas que
alcança e com as quais se mistura.
Exílios
Exils
Produção: França, 2004
Direção: Tony Gatlif
Com: Romain Duris, Lubna Azabal e
Habib Cheik
Quando: hoje, às 16h (Espaço Unibanco
1); e 30/10, às 19h30 (Cine Morumbi 3)
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