São Paulo, quarta, 25 de novembro de 1998

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DA RUA
O mercenário

FERNANDO BONASSI

Quem paga me leva carregado. Minha bala não é doce. Branco no preto, preto no branco, tô me lixando. Por essa África rachada não escolho um país pra tribo. Oriente Médio deixo pra Alá, até que me chamem à Meca dessas coisas. Do México pra baixo só levei fumo e cheirei poeira daquelas. Iugoslávia inteira já era. Sou servo de croatas, tudo a mesma Bósnia. Comunista come criancinha, mas Europa civilizada faz vídeo só de sacanagem. Distúrbio é pouco. Caso de polícia. Tigres asiáticos podem atacar a qualquer momento. Não vou chorar por um Vietnã, se nunca fia a América do Norte.



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