São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 2005

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Para Sarah Jessica Parker, vida sem "Sex and the City" foi "aterrorizante"

ELAINE LIPWORTH
DO "INDEPENDENT"

Sarah Jessica Parker está tentando me persuadir de que sua vida não é tão fabulosa quanto parece. Mas não me sinto convencida. A elegante atriz que vejo sentada diante de mim discutindo as dificuldades de sua vida como mãe que trabalha fora foi a estrela de um dos mais populares programas na história recente da televisão, "Sex and the City". As estimativas indicam que tenha faturado US$ 38 milhões como modelo da cadeia de lojas Gap; ela lançou um perfume com sua marca; e tem diversos projetos novos em preparação. Parker é casada com o ator Matthew Broderick, e os dois têm um filho pequeno. Com certeza, Sarah Jessica Parker tem tudo.
Ela parece uma pessoa confiante. Assim, é difícil levar a sério sua confidência de que a perspectiva de retomar sua carreira no cinema depois de Carrie Bradshaw custou-lhe muitas noites de sono. "Foi realmente um período aterrorizante", conta Parker, 40, que interpreta uma empresária reprimida e insegura em seu novo trabalho, "Tudo em Família" -que estréia no dia 13-, uma cálida comédia em que contracena com Diane Keaton e Claire Danes.
"Não encontro palavras para descrever quão difícil foi começar. Eu estava certa de que seria despedida. Estava contracenando com Diane Keaton e tinha medo de ir para o estúdio."
"Tudo em Família" gira em torno de uma família problemática que planeja passar as festas unida. Dermot Mulroney decide levar a noiva para conhecer seus pais, mas o personagem de Parker, Meredith, não é de modo algum a mulher que Keaton imaginava para seu idolatrado filho.
"Achei que Meredith seria radicalmente diferente de Carrie", diz Parker, para explicar por que aceitou o papel. "Ela é uma pessoa tão rígida, tão inflexível, tão desprovida de tato. Embora seja uma empresária de enorme sucesso, como pessoa é um desastre."
Dada sua reputação como ícone da moda, não surpreende que Parker tenha sido a principal responsável pela aparência do personagem. Ela optou por tailleurs severos, bastante distintos do guarda-roupa que caracterizava o papel com que tanto se identificou. "Meredith desce para o café-da-manhã "vestida", enquanto os demais circulam de pijama. Eu queria muito fazer esse filme porque era algo completamente novo, assustador, um desafio."
Parker está longe de ser uma novata no cinema. Assim, é curioso que ache ser preciso provar uma vez mais todo o seu talento. Em "LA Story", ela roubou as cenas. E teve papéis importantes em "Casos e Casamentos", "O Clube das Desquitadas", "Ed Wood"...
O desafio atual é se afastar do papel da colunista de sexo que a definiu por tanto tempo. "Não estou fugindo de Carrie, mas era hora de voltar a papéis mais variados. Mas sinto falta dela", diz.
"A cada vez que começo um filme, é difícil. Estou completamente em pânico quanto ao próximo, "Spinning into Butter" [dissolvendo em manteiga]. Minha primeira cena foi com Miranda Richardson", conta, "o que foi horripilante, porque eu a adoro e queria interpretar tão bem quanto ela".
É pouco comum ouvir uma estrela falar com tanta franqueza. "As expectativas que você e os outros têm são imensas. Eu tenho vontade de agradar", confessa.
Ela acaba de filmar "Failure to Launch" [falha de lançamento], comédia com Matthew McConaughey e Kathy Bates, e fará dois filmes no ano que vem, "Whistle" [assobio], de David Mamet, e "Slammer", de Adam Shankman. "Às vezes me preocupo com a possibilidade de trabalhar demais, me expor demais, mas, você sabe, como uma amiga gosta de dizer, há tempo para dormir quando a gente morrer."


Tradução Paulo Migliacci

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