ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO

Para mostrar a influência de Paris sobre São Paulo, bastante forte do fim do século 19 aos anos 1930, o Instituto Tomie Ohtake inaugura hoje "São Paulo-450 Anos-Paris", com a presença dos prefeitos de ambas as cidades: Marta Suplicy e Bertrand Delanoë. Os prefeitos também abrem hoje o Colóquio São Paulo-450-Paris, que, até quarta-feira, reúne arquitetos e urbanistas das duas metrópoles.
Em um núcleo histórico e dois de arte contemporânea, a mostra pretende ressaltar os pontos em que as cidades se aproximam. "Queremos mostrar a possibilidade de uma nova relação de enriquecimento mútuo, mas sem esquecer o passado", afirma Anne Louyot, coordenadora do projeto.
"O passado" ficou a cargo de Carlos Augusto Calil, curador da parte histórica. "São relações que transcendem a questão intelectual. Elas se relacionam à perda ou ainda à busca de identidade", explica Calil. O curador ressalta que "não quis fazer uma exposição de arte. É uma mostra para dar a dimensão daquela fantasia brasileira de se tornar francês".
A fascinação brasileira pela cultura francesa está em fotografias, livros e documentos, como os menus de jantares da Vila Kyrial, cartazes comerciais, mapas e desenhos. O caminho inverso, percorrido pelos franceses Blaise Cendrars e Claude Lévi-Strauss rumo ao Brasil, não é esquecido.
Nos dois núcleos de obras contemporâneas, com curadoria de Agnaldo Farias, as aproximações entre "Sampa" e "Paname" se dão através de olhares um pouco mais equilibrados. Uma sala exibe fotografias e vídeos de brasileiros e franceses sobre as cidades. A outra reúne trabalhos de brasileiros que mandam seus recados a Paris. "São como garrafas jogadas ao mar", diz Anne Louyot.