São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 2006

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Ewald e Wilker divergem sobre prêmios

DA REPORTAGEM LOCAL

As aparências enganam. Como fica claro no quadro de apostas ao lado, as opiniões do crítico Rubens Ewald Filho e do ator José Wilker são quase idênticas sobre quem levará a melhor no próximo domingo, quando a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood faz a sua 78ª festa de entrega do Oscar.
Ambos coincidem na previsão do resultado, mas, quando falam de quem mereceria ganhar, são em quase tudo discordantes.

Rachel Weisz
Ewald Filho acha que a inglesa Rachel Weisz, dirigida pelo brasileiro Fernando Meirelles em "O Jardineiro Fiel", faz jus ao troféu de melhor atriz coadjuvante que provavelmente levará para casa. "Ela é a luz do filme", avalia.
Wilker, por sua vez, acha que a estatueta estaria mais bem acomodada nas mãos de "qualquer uma das outras quatro concorrentes" de Weisz. "A personagem dela no filme é muito chata. Ela se vira o quanto pode para torná-la aceitável. É simpático dar o prêmio a ela, mas é um trabalho apenas mediano", diz.
As esperadas vitórias de "O Segredo de Brokeback Mountain" (sobre o amor homossexual entre dois caubóis), como melhor filme e de seu diretor, o taiwanês Ang Lee, encontram eco no gosto de Ewald Filho. E também uma alfinetada: "É a primeira vez que os intelectuais não poderão dizer: "Ah, o Oscar é um lixo'".

Escândalo
Para Wilker, as efetivas qualidades de "O Segredo de Brokeback Mountain" estão muito aquém da "carga de escândalo" erguida em torno do título, que ficou notório como "o filme dos caubóis gays".
"O melhor filme é "Boa Noite e Boa Sorte". Superior, aliás, em todas as categorias", afirma Wilker.
Outro provável prêmio que opõe os dois comentaristas é o do roteirista Paul Haagis, de "Crash -No Limite". Ewald Filho acha que ele ganhará "merecidamente". Para Wilker, é um roteiro "medíocre", uma sucessão de "chavões cinematográficos" .
Para o Oscar de filme estrangeiro, Ewald Filho acha "muito difícil adivinhar" o resultado. "Teoricamente, [o vencedor] seria "Paradise Now", mas há uma facção que poderia rejeitá-lo", diz, fazendo referência à proverbial tendência pró-Israel da Academia.
Nesta categoria, Wilker se dá por satisfeito "se não premiarem "Uma Mulher contra Hitler", que é um aplique". Para Ewald, o candidato alemão é "um filme correto, mas não excepcional".


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