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Ewald e Wilker divergem sobre prêmios
DA REPORTAGEM LOCAL
As aparências enganam. Como
fica claro no quadro de apostas ao
lado, as opiniões do crítico Rubens Ewald Filho e do ator José
Wilker são quase idênticas sobre
quem levará a melhor no próximo domingo, quando a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood faz a sua
78ª festa de entrega do Oscar.
Ambos coincidem na previsão
do resultado, mas, quando falam
de quem mereceria ganhar, são
em quase tudo discordantes.
Rachel Weisz
Ewald Filho acha que a inglesa
Rachel Weisz, dirigida pelo brasileiro Fernando Meirelles em "O
Jardineiro Fiel", faz jus ao troféu
de melhor atriz coadjuvante que
provavelmente levará para casa.
"Ela é a luz do filme", avalia.
Wilker, por sua vez, acha que a
estatueta estaria mais bem acomodada nas mãos de "qualquer
uma das outras quatro concorrentes" de Weisz. "A personagem
dela no filme é muito chata. Ela se
vira o quanto pode para torná-la
aceitável. É simpático dar o prêmio a ela, mas é um trabalho apenas mediano", diz.
As esperadas vitórias de "O Segredo de Brokeback Mountain"
(sobre o amor homossexual entre
dois caubóis), como melhor filme
e de seu diretor, o taiwanês Ang
Lee, encontram eco no gosto de
Ewald Filho. E também uma alfinetada: "É a primeira vez que os
intelectuais não poderão dizer:
"Ah, o Oscar é um lixo'".
Escândalo
Para Wilker, as efetivas qualidades de "O Segredo de Brokeback
Mountain" estão muito aquém da
"carga de escândalo" erguida em
torno do título, que ficou notório
como "o filme dos caubóis gays".
"O melhor filme é "Boa Noite e
Boa Sorte". Superior, aliás, em todas as categorias", afirma Wilker.
Outro provável prêmio que
opõe os dois comentaristas é o do
roteirista Paul Haagis, de "Crash -No Limite". Ewald Filho acha que
ele ganhará "merecidamente".
Para Wilker, é um roteiro "medíocre", uma sucessão de "chavões cinematográficos" .
Para o Oscar de filme estrangeiro, Ewald Filho acha "muito difícil
adivinhar" o resultado. "Teoricamente, [o vencedor] seria "Paradise Now", mas há uma facção que
poderia rejeitá-lo", diz, fazendo
referência à proverbial tendência
pró-Israel da Academia.
Nesta categoria, Wilker se dá
por satisfeito "se não premiarem
"Uma Mulher contra Hitler", que é
um aplique". Para Ewald, o candidato alemão é "um filme correto,
mas não excepcional".
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