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Coldplay encerra turnê sul-americana em SP
A banda se apresenta de hoje a quarta, no Via Funchal, em shows com ingressos esgotados; repertório é o disco "X&Y"
Em entrevista em Buenos Aires, Chris Martin disse estar "deprimido" com as comparações entre sua banda e outras, como Radiohead e U2
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Shows intimistas, ingressos
esgotados, passeios turísticos,
bom-mocismo no palco, briga
com a imprensa. É esse o clima
da atual turnê sul-americana
do Coldplay, que será encerrada com os shows que a banda
britânica faz entre hoje e quarta-feira no Via Funchal.
Popularíssimo no mundo todo -seu último disco, "X&Y",
foi o mais vendido de 2005, ultrapassando as 8 milhões de cópias-, o Coldplay exigiu que as
apresentações fossem realizadas em locais fechados, não
muito grandes e que o público
seja acomodado em cadeiras.
O resultado: a capacidade do
Via Funchal diminuiu de 6.000
pessoas para 2.757 por dia, e as
entradas evaporaram em menos de dois dias.
Lugar menor, preço maior.
No Chile, Chris Martin ficou
sabendo pela imprensa que o
ingresso mais barato para assistir ao Coldplay custava cerca
de um terço do salário mínimo
chileno (curiosidade: o local
onde ficavam as cadeiras perto
do palco, mais caras, tinha o
chique nome "VipTop"). O vocalista então pediu desculpas e,
no dia seguinte, distribuiu 25
ingressos para fãs no hotel.
Diferentemente do que havia
sido divulgado, não há músicas
novas nos shows sul-americanos -as 16 ou 17 canções tocadas ao vivo são tiradas dos três
álbuns do grupo: "X&Y", "A
Rush of Blood to the Head"
(2002) e "Parachutes" (00).
Neruda e U2
No Chile, a banda aproveitou
para fazer turismo. À noite, bares e restaurantes. Em um dia,
foram ao litoral do país e visitaram museu do poeta Pablo Neruda, em Valparaíso.
Marido da Gwyneth Paltrow,
amigo de causas sociais, vegetariano e tido como exemplo de
comportamento para os adolescentes ingleses, o vocalista
do grupo, Chris Martin, ficou
irritado com algumas perguntas de jornalistas e encerrou
uma entrevista coletiva ocorrida na quinta, em Buenos Aires.
Martin não gostou de sua
banda ter sido comparada a Radiohead, U2 e Echo and the
Bunnymen e de saber que as
apresentações no Chile, na semana anterior, ganharam críticas não muito boas em jornais
locais. "O que foi que você leu?
Onde? Quem disse isso?", rebateu o vocalista, sobre a crítica
negativa, ao final da coletiva.
Sobre as comparações, ele falou em dois momentos: "Isso
me deprime tanto... Você pode
ser a maior banda do mundo,
vender 50 milhões de discos,
mas apenas uma pessoa consegue te deprimir..."; "Somos
brancos e ocidentais, seria muito difícil sermos comparados a
Destiny's Child. Crescemos ouvindo Radiohead e U2, Além
disso, estamos começando. Fizemos apenas três discos. Acho
que o próximo álbum será o que
vai nos definir para as gerações
seguintes".
O Coldplay chegaria ontem a
São Paulo. A banda viaja ao México na próxima sexta-feira.
COLDPLAY
Quando: de hoje a quarta, às 21h
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65,
Vila Olimpia; tel. 3089-6999)
Quanto: ingressos esgotados
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