São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

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Crítica

Filme traz mundo em que não se difere bem do mal

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Um homem pacato do interior, pai de família exemplar, torna-se herói nacional ao matar assaltantes que invadem sua lanchonete.
Logo saberemos, porém, que o herói não é coisa tão simples assim.
"Marcas da Violência" (HBO, 23h) é uma versão contemporânea de "O Médico e o Monstro".
Como é um filme de David Cronenberg, nem vale a pena insistir na enorme força e na originalidade que tem: ela é da ordem da evidência.
Pode-se pensar na natureza violenta da sociedade americana, mas tantos filmes têm insistido nesse aspecto que ele já se tornou uma obviedade.
A duplicidade do personagem, porém, nos introduz a um mundo complexo, em que não é fácil distinguir os bandidos dos vilões, onde é fácil propugnar o mata-esfola (vulgo linchamento), como no Brasil atual.
Dá a sensação de resolver o problema. Saber quem é quem é outra -e mais angustiante- história.


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