São Paulo, sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

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Última Moda

ALCINO LEITE NETO, em Londres e Nova York - ultima.moda@grupofolha.com.br

Londres tridimensional

Burberry é destaque na semana inglesa e, pela primeira vez na história da moda, transmite desfile em 3D

Graças à Burberry, a semana de moda de Londres ganhou, no penúltimo dia de desfiles, um pouco da empáfia, da pompa e da aura que circula pelas fashion weeks de Paris e Milão.
A grife britânica conseguiu -como nenhuma outra em Londres- reunir em seu desfile a elite da imprensa internacional de moda (foi um dos raros na cidade com a presença de Anna Wintour), além de uma penca de celebridades, como as atrizes Mary-Kate Olsen, Kate Hudson, Kristen Stewart e Claire Denis.
Em tempos de crise, a Burberry representa um valor altíssimo para a moda britânica, por sua tradição e longevidade (134 anos em atividade), seu gosto pelo design e seu poderio de ícone fashion global.
No Brasil, a grife fechou a loja que tinha em São Paulo (com sócios brasileiros) e vai abrir uma nova, por iniciativa própria, no shopping Iguatemi de Brasília, em 30 de março.
A Burberry também colocou a semana londrina na vanguarda tecnológica da exibição de desfiles, ao transmitir sua apresentação ao vivo pela internet e, pela primeira vez no mundo, mostrar um show de moda em 3D. A exibição tridimensional ocorreu em quatro cidades, para convidados: Nova York, Paris, Tóquio e Dubai.
O 3D é mais um passo da revolução que está atingindo a difusão visual de desfiles. Na última semana de Nova York, várias grifes importantes, como Rodarte, Diesel e Marc Jacobs, transmitiram seus shows ao vivo pela internet. As novidades têm um viés comercial, é claro.
A Burberry, por exemplo, colocou todas as peças da nova coleção imediatamente à venda na web, para alegria de suas consumidoras mais vorazes.
Na passarela, a coleção apresentada pela Burberry causou impacto, com sua "dialética" entre feminilidade e poder. Os vestidos vieram em renda, ora justos, ora aéreos, mas sempre bastante sensuais.
Por cima, vigorosos e requintados casacos e jaquetas, com golas amplas, inspirados em uniformes de aviação e militares. A grife também apostou pesadamente em acessórios, com uma sedutora coleção de bolsas e botas de cano alto.

Reduto jovem
Comprimida entre as badaladas semanas de moda de Nova York e Milão, a London Fashion Week perdeu, nos últimos tempos, dois dias de desfiles e também um pouco de seu status internacional.
Seu grande trunfo, porém, é a liberalidade criativa. Ela continua a ser o ambiente por excelência de jovens grifes ousadas e bastante inovadoras.
O problema é que, em tempos de crise, a ousadia entra em baixa, e com isso cresce o dilema das marcas sobre se devem arriscar por novos territórios ou seguir parâmetros mais convencionais e, portanto, mais seguros comercialmente.
As grifes Matthew Williamson, Christopher Kane, Peter Pilotto, Vivienne Westwood Red Label e Erdem foram as que melhor souberam encontrar soluções para esse impasse em suas coleções.
No geral, Londres optou por silhuetas mais estruturadas, com elementos arquitetônicos, acompanhadas de decisivos detalhes românticos (como florais), uma forte preocupação com a sensualidade e com uma imagem final requintada.
Três brasileiros mostraram coleções na semana londrina: o paulista Bruno Basso, sócio da marca Basso and Brooke, a fluminense Daniela Helayel, dona da grife Issa, e o mineiro Inácio Ribeiro, da Clements Ribeiro.
Chamou particularmente atenção a Basso and Brooke, que voltou à boa forma em seu já tradicional trabalho com as texturas e com a estamparia.

com VIVIAN WHITEMAN



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