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Última Moda
ALCINO LEITE NETO, em Londres e Nova York - ultima.moda@grupofolha.com.br
Londres tridimensional
Burberry é destaque na semana inglesa e, pela primeira vez na história da moda, transmite desfile em 3D
Graças à Burberry, a semana
de moda de Londres ganhou,
no penúltimo dia de desfiles,
um pouco da empáfia, da pompa e da aura que circula pelas
fashion weeks de Paris e Milão.
A grife britânica conseguiu
-como nenhuma outra em
Londres- reunir em seu desfile a elite da imprensa internacional de moda (foi um dos raros na cidade com a presença
de Anna Wintour), além de
uma penca de celebridades, como as atrizes Mary-Kate Olsen,
Kate Hudson, Kristen Stewart
e Claire Denis.
Em tempos de crise, a Burberry representa um valor altíssimo para a moda britânica,
por sua tradição e longevidade
(134 anos em atividade), seu
gosto pelo design e seu poderio
de ícone fashion global.
No Brasil, a grife fechou a loja
que tinha em São Paulo (com
sócios brasileiros) e vai abrir
uma nova, por iniciativa própria, no shopping Iguatemi de
Brasília, em 30 de março.
A Burberry também colocou
a semana londrina na vanguarda tecnológica da exibição de
desfiles, ao transmitir sua apresentação ao vivo pela internet
e, pela primeira vez no mundo,
mostrar um show de moda em
3D. A exibição tridimensional
ocorreu em quatro cidades, para convidados: Nova York, Paris, Tóquio e Dubai.
O 3D é mais um passo da revolução que está atingindo a difusão visual de desfiles. Na última semana de Nova York, várias grifes importantes, como
Rodarte, Diesel e Marc Jacobs,
transmitiram seus shows ao vivo pela internet. As novidades
têm um viés comercial, é claro.
A Burberry, por exemplo, colocou todas as peças da nova coleção imediatamente à venda
na web, para alegria de suas
consumidoras mais vorazes.
Na passarela, a coleção apresentada pela Burberry causou
impacto, com sua "dialética"
entre feminilidade e poder. Os
vestidos vieram em renda, ora
justos, ora aéreos, mas sempre
bastante sensuais.
Por cima, vigorosos e requintados casacos e jaquetas, com
golas amplas, inspirados em
uniformes de aviação e militares. A grife também apostou
pesadamente em acessórios,
com uma sedutora coleção de
bolsas e botas de cano alto.
Reduto jovem
Comprimida entre as badaladas semanas de moda de Nova
York e Milão, a London Fashion Week perdeu, nos últimos
tempos, dois dias de desfiles e
também um pouco de seu status internacional.
Seu grande trunfo, porém, é a
liberalidade criativa. Ela continua a ser o ambiente por excelência de jovens grifes ousadas
e bastante inovadoras.
O problema é que, em tempos de crise, a ousadia entra em
baixa, e com isso cresce o dilema das marcas sobre se devem
arriscar por novos territórios
ou seguir parâmetros mais convencionais e, portanto, mais seguros comercialmente.
As grifes Matthew Williamson, Christopher Kane, Peter
Pilotto, Vivienne Westwood
Red Label e Erdem foram as
que melhor souberam encontrar soluções para esse impasse
em suas coleções.
No geral, Londres optou por
silhuetas mais estruturadas,
com elementos arquitetônicos,
acompanhadas de decisivos detalhes românticos (como florais), uma forte preocupação
com a sensualidade e com uma
imagem final requintada.
Três brasileiros mostraram
coleções na semana londrina: o
paulista Bruno Basso, sócio da
marca Basso and Brooke, a fluminense Daniela Helayel, dona
da grife Issa, e o mineiro Inácio
Ribeiro, da Clements Ribeiro.
Chamou particularmente
atenção a Basso and Brooke,
que voltou à boa forma em seu
já tradicional trabalho com as
texturas e com a estamparia.
com VIVIAN WHITEMAN
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