São Paulo, sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

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Em ascensão, Bastian cria para a Gant

Descendente de franceses, o estilista americano Michael Bastian, 44, é um dos talentos em ascensão na moda masculina nos EUA. Nesta temporada, ele apresentou duas coleções na semana de moda de Nova York: a da marca que leva o seu nome e a que ele realizou, pela primeira vez, para a poderosa multinacional Gant.
Criada há mais de cem anos pelo ucraniano Bernard Gant, a grife é controlada pela Maus Frères, empresa que é dona da Lacoste. Há dois anos, a marca chegou ao Brasil, onde tem três lojas: duas em São Paulo (Jardins e shopping Cidade Jardim) e uma em Curitiba. Bastian tem faro acentuado para o que os rapazes querem, e suas roupas são uma combinação entre a tradição europeia e o esportivo norte-americano.
O esportivo, aliás, deu o tom da coleção que Bastian fez para a Gant, inspirada nos jogos de lacrosse. "Para os europeus, tudo tem que ser muito preciso. Os americanos são menos produzidos e mais espontâneos", diz o estilista na entrevista a seguir, feita em Nova York.

 

FOLHA - Qual é a principal dificuldade em fazer moda para homens?
MICHAEL BASTIAN
- Eles são mais conservadores que as mulheres. Estas gostam de mudar de estilo a cada estação, enquanto os homens ficam ligados num mesmo modelo o tempo todo, às vezes num mesmo designer.

FOLHA - O sr. vê muitas diferenças atualmente entre o estilo de vestir dos europeus e dos americanos?
BASTIAN
- Sim. Para os europeus, tudo tem que ser muito preciso: o terno, a camisa, o sapato etc. Os americanos são menos produzidos e mais espontâneos. Eu passei um bom tempo na Itália e vi que, lá, os meninos vão com os pais no alfaiate no final de semana. Nos EUA, os pais levam os meninos para jogar basquete.

FOLHA - Mas hoje homens se vestem de modo bem informal, não?
BASTIAN
- Sim e não. Uma coisa interessante que está se passando é que os jovens se interessam cada vez mais pela alfaiataria nos EUA e passaram a usar ternos, paletós e gravatas. Está havendo uma inversão. Enquanto os homens mais velhos estão colocando esse estilo de lado, os mais novos passaram a se vestir melhor.

FOLHA - Quando o sr. cria para a Gant tem que pensar numa imagem global ou mais americana?
BASTIAN
- As diferenças entre o modo como os jovens se vestem diminuiu. Antigamente, nos aeroportos, você conseguia distinguir as pessoas e dizer: "Aquele é italiano, aquele é americano etc". Agora é bem mais difícil, existe um modo global de ser da juventude.



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