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Em ascensão, Bastian cria para a Gant
Descendente de franceses, o
estilista americano Michael
Bastian, 44, é um dos talentos
em ascensão na moda masculina nos EUA. Nesta temporada,
ele apresentou duas coleções
na semana de moda de Nova
York: a da marca que leva o seu
nome e a que ele realizou, pela
primeira vez, para a poderosa
multinacional Gant.
Criada há mais de cem anos
pelo ucraniano Bernard Gant, a
grife é controlada pela Maus
Frères, empresa que é dona da
Lacoste. Há dois anos, a marca
chegou ao Brasil, onde tem três
lojas: duas em São Paulo (Jardins e shopping Cidade Jardim) e uma em Curitiba.
Bastian tem faro acentuado
para o que os rapazes querem, e
suas roupas são uma combinação entre a tradição europeia e
o esportivo norte-americano.
O esportivo, aliás, deu o tom
da coleção que Bastian fez para
a Gant, inspirada nos jogos de
lacrosse. "Para os europeus, tudo tem que ser muito preciso.
Os americanos são menos produzidos e mais espontâneos",
diz o estilista na entrevista a seguir, feita em Nova York.
FOLHA - Qual é a principal dificuldade em fazer moda para homens?
MICHAEL BASTIAN - Eles são mais
conservadores que as mulheres. Estas gostam de mudar de
estilo a cada estação, enquanto
os homens ficam ligados num
mesmo modelo o tempo todo,
às vezes num mesmo designer.
FOLHA - O sr. vê muitas diferenças
atualmente entre o estilo de vestir
dos europeus e dos americanos?
BASTIAN - Sim. Para os europeus, tudo tem que ser muito
preciso: o terno, a camisa, o sapato etc. Os americanos são
menos produzidos e mais espontâneos. Eu passei um bom
tempo na Itália e vi que, lá, os
meninos vão com os pais no alfaiate no final de semana. Nos
EUA, os pais levam os meninos
para jogar basquete.
FOLHA - Mas hoje homens se vestem de modo bem informal, não?
BASTIAN - Sim e não. Uma coisa
interessante que está se passando é que os jovens se interessam cada vez mais pela alfaiataria nos EUA e passaram a
usar ternos, paletós e gravatas.
Está havendo uma inversão.
Enquanto os homens mais velhos estão colocando esse estilo
de lado, os mais novos passaram a se vestir melhor.
FOLHA - Quando o sr. cria para a
Gant tem que pensar numa imagem
global ou mais americana?
BASTIAN - As diferenças entre o
modo como os jovens se vestem diminuiu. Antigamente,
nos aeroportos, você conseguia
distinguir as pessoas e dizer:
"Aquele é italiano, aquele é
americano etc". Agora é bem
mais difícil, existe um modo
global de ser da juventude.
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